No seu segundo mês de exibições, a Casa do Cinema de Coimbra oferece novos ciclos atendendo a uma experiência cinematográfica diferenciada. Esta casa traz à tela um conjunto de títulos de cariz patrimonial e histórico, sem esquecer a celebração do mês queer e o combate aos estereótipos sociais.
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No dia em que Coimbra se soma à lista de concelhos com risco elevado de infeção por Covid-19, o cineasta Rui Simões e a realizadora e académica Raquel Rato reuniram-se em torno da mesma mesa virtual para falar sobre “Cinema em Tempos de Crise”. Uns minutos após as três horas da tarde, assomaram em frente ao ecrã na companhia de Abílio Hernandez, professor aposentado da Universidade de Coimbra, convidado para assumir o papel de moderador do painel.
Na sua XXVI Edição, os Caminhos do Cinema Português promovem pontos de encontro entre os temas da sala de cinema e aqueles que preenchem o nosso dia-a-dia. Nesse sentido, e porque queremos que todos nos possam acompanhar, dinamizamos um conjunto de conversas e painéis temáticos com recurso às redes sociais.
A promoção de um festival de cinema num contexto pandémico suscitou-nos várias questões ao longo do ano, às quais procuraremos dar resposta num conjunto de painéis sobre “Cinema em Tempos de Crise” e “Festivais de Cinema e os Novos Autores” e, porque neste clima tão frágil nos confinamos, também sobre a relação entre “Liberdade: A Arte e as Políticas”.
A produção nacional parece responder a um género de chamado conceptual, apresentando anualmente temáticas que se cruzam, independentemente da distância, quanto à sua forma e resultado. Nesta XXV Edição do festival Caminhos, a questão memória foi evocada constantemente, despoletada pela organização do nosso acervo aquando da idealização do conceito desta presente edição e celebração.
Programar é um dos passos finais desta “mise-en-scène”, onde se vê tudo e se mostra parte de acordo com quem vai ver. Nesta XXIV Edição do festival Caminhos do Cinema Português, continuamos a acreditar que os criadores cinematográficos devem ser sempre equiparados aos autores de todas as outras artes já historicamente estabelecidas e por isso tratados com o mesmo cuidado e consideração. Seja qual for o seu formato, género, localidade ou até suporte financeiro, seremos sempre um catálogo vivo das principais manifestações audiovisuais que marcaram o ano desde a nossa última edição.
Todos os anos nos são apresentados novos tipos de desafios aquando da selecção e programação do cinema criado no nosso país. Mesmo recebendo apenas aquelas obras que foram produzidas depois da nossa última edição, vemos que anualmente o fluxo de inscrições tem sido constante e muito diverso.
Apesar de acreditarmos que nem tudo o que se mexe em ecrã deva ser considerado cinema, todas as inscrições são colocadas ao mesmo nível de análise, desprendendo-nos de critérios formais (como o autor ou a produtora) e ansiando pela criação de momentos cinematográficos em sala. Esses momentos vêm de fora para dentro, pois tudo dentro de nós é movimento que – devidamente inspirado – nos leva a escapar os limites físicos desta realidade, criando o filme uma nova foprma de existir que, como é interior, é só nossa.