Derrubam os cânones, desprendem-se das regras tradicionais e procuram uma nova linguagem cinematográfica em que o argumento dê lugar à sensação – são assim os 34 filmes em exibição na Seleção Outros Olhares, uma das três secções competitivas do Festival Caminhos do Cinema Português.
Tag Paulo Filipe Monteiro
À boleia da diversidade de géneros, estilos e contextos que, a cada ano, marcam a sétima arte nacional, os Caminhos regressam a Coimbra, entre 9 de novembro e 5 de dezembro, para provar que há cinema português para todos. Com a exibição de quase centena e meia de filmes, as secções competitivas do Festival Caminhos do Cinema Português arrancam já na próxima semana e trazem consigo estreias nacionais e um candidato a representar Portugal nos Óscares.
A XXII Edição dos Caminhos já se encontra a meio e muito do melhor do nosso cinema já foi projectado em grande tela. A gala de abertura, no Mosteiro Santa Clara-a-Nova, foi composta por um crescendo cinematográfico. O cinema é feito, idealmente, para muitos. Variados são os espectadores e os seus gostos, tendo a sessão de abertura representado uma mostra da possibilidade de criação de filmes: um formato académico, de animação e de grande produção.
Todos os anos nos são apresentados novos tipos de desafios aquando da selecção e programação do cinema criado no nosso país. Mesmo recebendo apenas aquelas obras que foram produzidas depois da nossa última edição, vemos que anualmente o fluxo de inscrições tem sido constante e muito diverso.
Apesar de acreditarmos que nem tudo o que se mexe em ecrã deva ser considerado cinema, todas as inscrições são colocadas ao mesmo nível de análise, desprendendo-nos de critérios formais (como o autor ou a produtora) e ansiando pela criação de momentos cinematográficos em sala. Esses momentos vêm de fora para dentro, pois tudo dentro de nós é movimento que – devidamente inspirado – nos leva a escapar os limites físicos desta realidade, criando o filme uma nova foprma de existir que, como é interior, é só nossa.