Com cinco secções de jurados, o júri do Festival procura abranger a diversidade das diferentes áreas que se articulam com o cinema. Desde produtores culturais, críticos, professores, jornalistas e músicos, bem como elementos ligados a outras áreas como o Direito ou a Antropologia, procurou obter-se uma visão diversificada dos filmes a ser exibidos.
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Esta terça-feira, dia 17 de novembro, sugerimos-lhe que descubra o significado da relação “9/10” (Ricardo Vieira Lisboa) – sinónimo de “cânone” para Almada Negreiros, mas de “revolta e mágoa” para o autor desta curta-metragem que vai marcar presença nesta sessão da Seleção Ensaios (15h).
Propomos-lhe de igual forma que descubra o que poderão Salazar e o conde Drácula ter em comum. Nas palavras de Pedro Réquio, realizador de “Salazácula“: “Não fazemos a menor ideia”. Mas tal nem por isso o impediu de unir os dois imaginários.
“Celebrar os criadores do amanhã” é o mote da Seleção Ensaios, uma das três secções competitivas do Festival Caminhos do Cinema Português. Esta mostra em particular é dedicada aos filmes produzidos em contexto académico ou de formação técnico-profissional. Noutras palavras, as janelas de exibição da Seleção Ensaios abrem espaço às produções de Escolas de Cinema, Audiovisual e Multimédia, tanto do Ensino Secundário quanto do Ensino Superior.
À boleia da diversidade de géneros, estilos e contextos que, a cada ano, marcam a sétima arte nacional, os Caminhos regressam a Coimbra, entre 9 de novembro e 5 de dezembro, para provar que há cinema português para todos. Com a exibição de quase centena e meia de filmes, as secções competitivas do Festival Caminhos do Cinema Português arrancam já na próxima semana e trazem consigo estreias nacionais e um candidato a representar Portugal nos Óscares.
Numa época que o cinema parece, progressivamente, passar do grande para os pequenos ecrãs, o Festival Caminhos do Cinema Português continua a remar contra a maré digital, acreditando que o cinema deve ser visto e vivido em sala. O ciclo “Programa!Ação”, que serve de antecâmara ao próprio Festival, é mais um passo neste sentido.
O ciclo “Programa!Ação” faz-nos recuar até ao início de carreira de reputados cineastas nacionais, revisitando as suas primeiras produções. Uma viagem que, no fundo, representa o aceder à mente de jovens realizadores e o reconhecer da semente que germina e das suas novas formas de olhar o cinema e o mundo.
Existe uma torrente anual constante de estudantes com vontade de criar ou, muitas das vezes, realizadores que voltam ao mundo académico para adquirir ou renovar novas competências no domínio da linguagem cinematográfica.
Começa a ser muito ténue a linha que desarticula aquilo que consideramos cinema produzido em contexto profissional do que é produzido em contexto académico, mas sabemos que aquilo que os une é, sem dúvida, uma qualidade e originalidade surpreendentes. Propomos um conjunto de dez sessões de cinema com filmografia nacional académica premiada em vários festivais de cinema, possibilitando o confronto do espectador com técnicas e diálogos heterogéneos, ideias vanguardistas e inclusivamente conhecer novos intérpretes com performances inesperadas e por isso marcantes.
Nesta edição do Festival Caminhos do Cinema Português introduzimos uma outra secção: “Outros Olhares”. Nesta criteriosa seleção procuraremos observar obras significativas da produção nacional nos parâmetros do documental e do experimental, permitindo assim, como a própria nomenclatura indica, que o público encontre outros e novos olhares que atualmente encaram o cinema e a realidade.
Começa a ser muito ténue a linha que desarticula aquilo que consideramos cinema produzido em contexto profissional do que é produzido em contexto académico, mas sabemos que aquilo que os une é, sem dúvida, uma qualidade e originalidade surpreendentes.
Assistir às sessões da Selecção Ensaios é sentir o sangue novo que sempre pautou o cinema (independentemente da idade do criador), é ser confrontado com técnicas e diálogos heterogéneos, ideias vanguardistas e inclusivamente conhecer novos intérpretes com performances inesperadas e por isso marcantes.
A Selecção Ensaios é assim um caminhar pelo cinema português e internacional desenvolvido academicamente. Esta aparente dualidade serve de objecto de discussão, fornecendo uma linha invisível de linguagem cinematográfica que une os novos artistas por todo o mundo. É um responder, por vezes quase em jeito de manifesto fílmico, do estado actual das coisas em Portugal e no mundo.
Convidamos todos a percorrer este caminho proposto nesta 23.ª edição, num percurso pelo cinema contemporâneo feito cá e lá fora.