O dia 2 de dezembro foi o sexto do festival “Caminhos do Cinema Português”. Passadas que eram já incontáveis horas de visualização de novíssimas obras cinematográficas de produção nacional, felizmente faltavam ainda algumas mais, pois se há uma palavra que pode definir este sexto dia, essa palavra é “poderoso”.
Tag Aloha
Para terminar o penúltimo dia deste festival, a sessão das 21h45 decorre no TAGV. Inicia-se com o filme de animação “A gruta de Darwin” de Joana Toste, seguido da curta ficcional de Salomé Lamas, “Coup de Grâce” e “Altas Cidades de Ossadas” de João Salaviza. Por último, “Tarrafal” do realizador português João Paradela, um documentário que recupera a história dos presos do campo de concentração, bem como das pessoas que viveram ao seu redor.
Começa a ser muito ténue a linha que desarticula aquilo que consideramos cinema produzido em contexto profissional do que é produzido em contexto académico, mas sabemos que aquilo que os une é, sem dúvida, uma qualidade e originalidade surpreendentes.
Assistir às sessões da Selecção Ensaios é sentir o sangue novo que sempre pautou o cinema (independentemente da idade do criador), é ser confrontado com técnicas e diálogos heterogéneos, ideias vanguardistas e inclusivamente conhecer novos intérpretes com performances inesperadas e por isso marcantes.
A Selecção Ensaios é assim um caminhar pelo cinema português e internacional desenvolvido academicamente. Esta aparente dualidade serve de objecto de discussão, fornecendo uma linha invisível de linguagem cinematográfica que une os novos artistas por todo o mundo. É um responder, por vezes quase em jeito de manifesto fílmico, do estado actual das coisas em Portugal e no mundo.
Convidamos todos a percorrer este caminho proposto nesta 23.ª edição, num percurso pelo cinema contemporâneo feito cá e lá fora.