Descrição do Historial do Festival
Na XXII edição o festival afirmou-se também em Leiria com a Seleção Ensaios. Querendo facilitar o acesso a toda população e representar um novo caminho do cinema académico (tanto nacional como internacional), para além disso, o festival afirmou-se a um nível supralocal, permitindo uma afirmação regional do cinema português na zona centro. Tivemos como salas de acolhimento os grandes espaços existentes na cidade de Leiria, como o Teatro Miguel Franco, Teatro José Lúcio da Silva, e ainda o Museu da Imagem em Movimento.
Chegamos em 2018 à XXIV edição, com esperança, de que o presente momento que vivemos, seja de esperança, que marque a pluralidade cultural na cidade de Coimbra, mas que a mesma seja também o inicio da construção de pontes com outras cidades da região centro.
Origem e Antecedentes do Projecto
Realizou-se então a primeira edição da então Mostra de Cinema Português, organizada à data entre a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e o Centro de Estudos Cinematográficos/AAC. Mostra esta que foi evoluindo, tornando-se mais tarde no Festival que projecta a produção cinematográfica nacional. O programa desta primeira edição contou com obras de realizadores consagrados, tais como Paulo Rocha, Luís Filipe Rocha, João César Monteiro e o incontornável Manoel de Oliveira. Seguiram-se mais duas mostras em 1989 e 1990 que apostaram essencialmente em mostrar cinema português tendo por base não um formato competitivo, mas sim uma temática. Na terceira edição, a programação subordinou-se a três grandes eixos que foram: O Documento – com a projecção de filmes como “Trás-os-Montes” de António Reis e Margarida Cordeiro, “Belarmino” de Fernando Lopes, “A Fuga” de Luís Filipe Rocha, O Texto – com filmes como “Amor de Perdição” de Manoel de Oliveira, “Conversa Acabada” de João Botelho, “Crónica dos Bons Malandros” de Fernando Lopes, O
Imaginário – em que foram projectados filmes, como “Verdes Anos” de Paulo Rocha, “Um Adeus Português” de João Botelho e Leonor Pinhão, entre muitos outros.
O evento sofreu então um interregno de sete anos e só volta a surgir com a quarta edição em 1997, numa organização do Centro de Estudos Cinematográficos/AAC. É a partir daí reconhecido como um evento de “manifesto interesse cultural”, e os Caminhos do Cinema Português afirma-se como o único Festival de Cinema Português. A quarta edição (outrora Mostra, agora Festival) deu destaque a toda a produção nacional, sempre com o intuito de dar a conhecer as obras pouco divulgadas e até inéditas, junto do grande público.
A partir da quinta edição, os Caminhos do Cinema Português caracterizam-se pela afirmação como verdadeiro festival de Cinema. Nesta edição do Festival foram atribuídos pela primeira vez prémios, com a constituição de um Júri Oficial e com a auscultação do Público para premiar os filmes. A estabilidade do Festival tem desde então sido uma constante, com a sucessiva introdução de novas actividades como a Selecção Ensaio e os Caminhos Juniores, sendo a primeira dedicada às Escolas de Cinema e a segunda aos Jardins-de-Infância e Escolas do 1º Ciclo, criando-se desta forma um serviço educativo com o intuito de motivar as crianças e os docentes para o ensino por meio do audiovisual. Desde 2003, o festival incorporou igualmente nas suas edições, uma vertente formativa, através do desenvolvimento de múltiplos workshops, com grandes nomes da cinematografia portuguesa como Abi Feijó, Virgílio de Almeida, Paulo Filipe Monteiro, Henrique Espírito Santo, Fernando Mateus e Cláudia Tomaz, entre outros.
De destacar a regularidade com que a Federação Internacional de Cineclubes nomeia Júris para avaliar os filmes em competição que sejam legendados em francês ou Inglês e atribuir anualmente o Premio D. Quijote, que para além de uma estatueta consiste ainda na selecção automática do filme vencedor para o Festival Internacional dos Cineclubes, organizado anualmente em Itália pela federação.
Outra dinâmica introduzida no festival ao longo das diferentes edições passou pela realização de diversos colóquios e conferências subordinados à temática da cultura em geral, mas também do cinema e da sua produção.
Também uma aposta bem-sucedida, têm sido as Sessões Especiais para as Escolas do distrito de Coimbra, Caminhos Juniores, dando a oportunidade aos mais pequenos de entrar numa sala de cinema, despertar a sua atenção e a dos educadores que os acompanham para os filmes de animação portugueses. Um papel social que o Festival Caminhos Cinema Português não pode abandonar. Formar os públicos e fomentar a fruição do nosso cinema.
Em 2010, XVII Edição, realizámos uma edição marcante na história do festival com um enorme salto qualitativo e qualitativo. Pela primeira vez atribuímos, e fomos os primeiros do país a atribuir, os prémios técnicos no Cinema Português com o Júri Caminhos. Foi neste ano que atingimos o número marcante de 9055 espectadores e promovemos um grande número de actividades e novas formas de comunicação atingindo finalmente o estatuto de festival nacional.
Na XVIII, 2011, continuámos a inovar nas actividades promovidas superando qualitativamente as edições anteriores reafirmando o carácter nacional do festival. Foi o ano em que introduzimos as MasterSessions, após as Secções Competitivas, e promovemos uma relação mais intensa com dos nossos espectadores com os Cineastas Portugueses. Desde então têm marcado presença, frente à nossa tela, individualidades como Luís Miguel Rocha, Luís Reis Torgal, Vicente Alves do Ó, Raquel Freire, João Viana ou Inês de Medeiros debatendo-se e procurando novos Caminhos para o Cinema Português.
A XVIII edição, em 2011, revelou-se ainda importantíssima no panorama da formação do cinema a nível nacional. É nesta edição que promovemos a primeira edição do curso Cinemalogia — Da Ideia ao Filme conseguindo atrair dos mais reputados cineastas nacionais como formadores com formandos de todo o país.
A XIX e XX Edições, em 2012 e 2014 respectivamente, são edições de referência no que toca à cobertura mediática e à capacidade de comunicação do festival Caminhos Cinema Português em anos recorde das audiências de filmes nacionais.
A XXI primeira edição demonstrou mais uma vez que existe uma apetência pelo consumo de cinema português na região centro. O alargamento conceptual efectuado na Selecção Ensaios, ao incorporar filmes originários do contexto académico de outros países mostrou-se uma aposta ganha na sua dupla vertente, por um lado porque permitiu aos nossos jovens realizadores fazer uma leitura comparada, mas também porque cimentou a qualidade do projecto pelo número total de inscrições alcançadas.
Durante o período de 2008 a 2014 realizámos uma audiência média próxima dos 7000 espectadores. Este é um festival realizado fora dos grandes círculos nacionais e dedicado em exclusivo ao nosso cinema, batalhando na promoção e descentralização da oferta cinematográfica em Portugal.
O nosso historial leva-nos a crer que podemos traçar novos Caminhos para o Cinema Português, continuando a afirmar a região centro como o palco do Cinema Português, dando o nosso singelo contributo na missão de divulgar o cinema português e os seus atores.