O Festival decorre de 5 a 19 de novembro com a exibição de 162 filmes entre o Teatro Académico de Gil Vicente, a Casa do Cinema de Coimbra, Auditório Salgado Zenha e o Convento de São Francisco.
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Mesmo estando quase a chegar ao fim, o Festival Caminhos do Cinema Português não para de surpreender. Desta vez, presenteou os seus espetadores com uma história que não deixou ninguém indiferente, “Praça Paris”.
Durante a tarde do dia 29, o Teatro Académico Gil Vicente (TAGV) recebeu mais um leque de filmes da Seleção Caminhos, desta vez dedicada aos mais velhos. A sessão sénior contou com a curta metragem “Descobrindo a Variável Perfeita”, de Rafael Almeida, e a longa metragem “Soldado Milhões”, de Gonçalo Galvão Teles e Jorge Paixão da Costa. Na sessão seguinte, em “Amantes na Fronteira” de Atsushi Funahashi, foi mostrada uma realidade, que apesar de dura e por vezes chocante, deve ser divulgada.
Ao sexto dia dos Caminhos do Cinema Português chega o dia em que serão exibidas três longas e uma curta-metragem.
Ao início da tarde a selecção oficial estará representada pela curta-metragem Descobrindo a Variável Perfeita, de Rafael Almeida naquela que será uma incursão a um universo muito particular e com alguns elementos “Andersonianos”, a qual será seguida pela longa-metragem Soldado Milhões, de Gonçalo Galvão Teles num retrato do herói português da Primeira Guerra Mundial agora que cumpre o seu centenário.
Ao final da tarde será exibida a longa-metragem Lovers on Borders (Amantes na Fronteira), uma co-produção luso-nipónica realizada por Atsushi Funahashi e que centra a sua dinâmica em dois espaços temporais distintos mas com elementos históricos que os unem… tal como às suas personagens.
E finalmente, a sessão da noite irá apresentar Praça Paris, de Lúcia Murat, uma co-produção luso-brasileira protagonizada por Grace Passô e Joana de Verona num estudo abordagem à violência e à sua directa influência no indivíduo.
Programar é um dos passos finais desta “mise-en-scène”, onde se vê tudo e se mostra parte de acordo com quem vai ver. Nesta XXIV Edição do festival Caminhos do Cinema Português, continuamos a acreditar que os criadores cinematográficos devem ser sempre equiparados aos autores de todas as outras artes já historicamente estabelecidas e por isso tratados com o mesmo cuidado e consideração. Seja qual for o seu formato, género, localidade ou até suporte financeiro, seremos sempre um catálogo vivo das principais manifestações audiovisuais que marcaram o ano desde a nossa última edição.
Todos os anos nos são apresentados novos tipos de desafios aquando da selecção e programação do cinema criado no nosso país. Mesmo recebendo apenas aquelas obras que foram produzidas depois da nossa última edição, vemos que anualmente o fluxo de inscrições tem sido constante e muito diverso.
Apesar de acreditarmos que nem tudo o que se mexe em ecrã deva ser considerado cinema, todas as inscrições são colocadas ao mesmo nível de análise, desprendendo-nos de critérios formais (como o autor ou a produtora) e ansiando pela criação de momentos cinematográficos em sala. Esses momentos vêm de fora para dentro, pois tudo dentro de nós é movimento que – devidamente inspirado – nos leva a escapar os limites físicos desta realidade, criando o filme uma nova foprma de existir que, como é interior, é só nossa.
Após a sua XX edição o festival Caminhos continua a promover a cinematografia nacional. Durante o mês de dezembro promove o ciclo “20 Anos de Cinema Português”, com entrada livre, onde são exibidos alguns filmes mais marcantes de cada uma das suas edições. O festival propõe a todos os espectadores e cinéfilos uma experiência vasta de conhecimento das mais variadas obras portuguesas conseguindo proporcionar uma introspectiva do que é, o que foi e o que será o cinema português.