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“A Arte de Morrer Longe e “Diários de Otsoga” abrem Seleção Caminhos

Filmes de Júlio Alves e Miguel Gomes são as duas primeiras longas da semana dos Caminhos do Cinema Português

As longas “A Arte de Morrer Longe”, de Júlio Alves, e “Diário de Otsoga”, de Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro, são as duas primeiras da Seleção Caminhos, que começa este sábado, 13 de novembro. Esta secção conta com duas sessões, uma às 17h30 e outra às 21h45, ambas no Teatro Académico de Gil Vicente. O realizador Júlio Alves estará presente em Coimbra.

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Quem são os “todos” para quem programamos?

Poucas serão as biografias que não apresentem períodos de nigredo ou de estágios de inacção. Habitualmente esses momentos – apesar normalmente enfrentados da pior das maneiras – têm em si a “possibilidade semente”, a capacidade de regeneração e reinvenção, em suma a oportunidade de iluminar a “noite escura da alma”.

Estes últimos tempos representaram toda uma negritude com um elemento adicional (e novo para o mundo ocidental contemporâneo): a partilha desse momento. Como colectivo humano, ouvimos em uníssono a voz do silêncio de uma pandemia que nos forçou a isolar e a mudar hábitos. Fez com que abandonássemos, entre outros, hábitos de consumo cultural e social, chegando ao cúmulo de uma quase total substituição de um curador de cinema por um algoritmo de uma qualquer plataforma online.

Na passada edição, no auge de uma pandemia com limitações variadas e transversais a todos os comportamentos humanos, tentámos que esses momentos escuros de isolamento fossem “compensados” por momentos de individualidade partilhada dentro de uma sala de cinema. Apesar disso, sejamos justos, percebemos que o próprio significado de festival (no sentido mais literal de festividade) não foi totalmente cumprido e deixado em pausa.

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Selecção Outros Olhares (2019)

“A única coisa verdadeira é a memória. A memória é uma invenção, no cinema a câmara pode fixar um momento, mas esse momento já passou, no fundo o que ele traça é um fantasma desse momento e já não temos a certeza se esse momento existiu fora da película. Ou a película é uma garantia da existência desse momento?”
É com estas palavras que o decano dos realizadores portugueses de então, Manoel de Oliveira irrompe no filme de 1994 Lisbon Story de Wim Wenders. A questão da memória e a sua relação com o cinema é uma questão essencial para compreender as bases onde o cinema documental acenta. Quando Niépce captou a que hoje consideramos a primeira fotografia da história por volta de 1826 e mais tarde os irmãos Lumière em 1895 ao produzirem pela primeira vez a imagem em movimento teriam eles noção do impacto em que teriam para a humanidade e para a noção desta de memória?

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