Durante o mês de fevereiro, o Centro de Estudos Cinematográficos apresenta, em parceria com os Caminhos do Cinema Português, um ciclo de cinema dedicado à luta pelo direito à habitação. A partir de três documentários portugueses, a temática é explorada através de diferentes perspetivas: de quem é obrigado a abandonar a sua casa, de quem trabalha no setor imobiliário e de quem luta pelo direito a habitar.
Tag Rosa Coutinho Cabral
As atrizes Leonor Silveira e Sónia Balacó, o ator Miguel Nunes (protagonista da série “Glória”, recentemente exibida pela Netflix), o diretor do Doclisboa, Miguel Ribeiro e o artista plástico José Maçãs de Carvalho integram o Júri da Seleção Caminhos do Festival Caminhos do Cinema Português, cuja XXVIII edição se realiza entre 5 e 19 de Novembro.
Composto por três secções competitivas: Caminhos; Ensaios; e, Outros Olhares; o festival propõe-se a reunir um largo espectro da produção nacional anual de cinema.
Neste último dia de festival podemos contar com uma última sessão da Seleção Caminhos e dos Caminhos Mundiais, e com a tão aguardada cerimónia de entrega dos prémios aos filmes vencedores.
O dia terminou com mais uma Master Session, desta vez subordinada ao tema “O outro eu”, que propunha pensar de que maneira um projeto cinematográfico pode influenciar a vida dos atores, dos realizadores e de todos os outros intervenientes na realização de um filme, muitas vezes tendentes, e através de várias formas, a desdobramentos em diversos “Eus”.
A 23ª edição do Festival Caminhos do Cinema Português segue para o quinto dia de exibição de filmes, com um total de sete sessões. As sessões, do dia 1 de dezembro, iniciam-se às 14:30 horas, no Mini – Auditório Salgado Zenha, com “Viagens Filosóficas” da série “No Trilho dos Naturalistas”, realizado por Susana Nobre. Este episódio irá narrar as histórias sobre a ciência moderna portuguesa, levando-nos assim numa viagem sobre o estudo da botânica no decorrer dos anos que remonta ao século XVIII. A Seleção Caminhos terá 3 exibições, destacando-se a sessão das 17:30 horas, no TAGV, com “A Ilha dos cães” de Jorge António, uma adaptação do romance “Os Senhores do areal” do escritor angolano Henrique Abranches. “A ilha dos cães” conta com a participação de Nicolau Breyner, umas das suas últimas interpretações, e de João Cabral, presente na sessão de abertura do Festival. Também se poderá assistir aos filmes “Já passou” de Sebastião Salgado que recebeu o Prémio para Melhor Curta Metragem Internacional no 15º Rome Independent Film Festival e, ainda, “O dia em que as cartas pararam” de Cláudia Clemente que retrata uma paixão proibida vivida por um agente da PIDE e uma estudante universitária. A última sessão da Seleção Caminhos começará às 21:45 horas, no TAGV, com a estreia da curta – metragem “O Sapato” de Luís Vieira Campos. Seguir-se-ão as curta – metragens “Hei de morrer onde nasci” de Miguel Munhá, “Humores Artificiais” de Gabriel Antunes e “Flores” de Jorge Jácome. Para terminar passarão os documentários “Longe da Amazónia” de Francisco Carvalho e “Tudo o que imagino” de Leonor Noivo. O quinto dia do festival encerra com mais uma Master Sessions, com o tema “O Outro Eu” com moderação de Bruno Fontes e participação de Leonardo Mateus, Jorge António e Luís Vieira Campos.
Seleccionar e programar cinema português, no único festival que se dedica exclusivamente ao mesmo, implica um desafio constante para a programação. Seleccionar é estar atento e desperto às movimentações comerciais e não-comerciais dos filmes que são anualmente produzidos, mudando constantemente a nossa perspectiva de eer um programa e um festival de cinema. É tentar criar e recriar fórmulas (sempre imperfeitas) de fazer com que se troque o banco de casa ou do bar pelo de cinema, para que se aceda a esta combinação perfeita criada pelos realizadores portugueses de um mundo fílmico diferente, muitas vezes quase espiritual e expressivo.