Entre o desabafo do cineasta José Barahona que afirmava que “isto com rock’n’roll é ainda melhor” e a subida triunfal a palco do ator Ruben Garcia que, num salto, galgou o fosso da orquestra, a Cerimónia de Encerramento da XXVI Edição do Festival Caminhos premiou o melhor da cinematografia nacional.
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Como é que se redige um discurso de encerramento de um evento que continua até meados de dezembro?
Será da mesma forma com que se encara a constante reformulação de um programa? Talvez. Talvez seja essa a fórmula possível para encarar os desafios de hoje. Avançar, analisar, reformular. (Re)programar.
Os desafios de hoje permitiram renovar toda a equipa e voltar a preencher as telas da cidade de luz. Uma luz que iluminou de novo a Avenida e que trouxe consigo a expectativa de voltarmos a ter um cinema de proximidade, de bairro, em que o espectador é participante e é colocado em estreito contacto com os criadores.
“O Fim do Mundo” pode até retratar uma comunidade “esquecida” por Portugal, mas o mais recente trabalho de Basil da Cunha não passou certamente despercebido aos olhos do Júri da Seleção Caminhos.
A película do luso-suíço sagrou-se, assim, grande vencedora desta XXVI Edição do Festival Caminhos do Cinema Português. Nas palavras dos próprios jurados, “o tempo, o imaginário e um elenco generoso” convergem no grande ecrã, construindo “um universo emocionalmente duro, mas que acompanha o espectador numa reflexão que se prolonga para lá dos créditos finais”. “O Fim do Mundo” arrecadou ainda o Prémio D. Quijote, atribuído pelo Júri da Federação Internacional de Cineclubes.
Foi a partir do Porto que Alexandra Ramires, mais conhecida por Xá, falou da sua mais recente criação, a curta-metragem “Elo” (2020). Este filme de animação estreou em Coimbra no dia 20 de novembro e integra as Secções Competitivas – Seleção Caminhos.
O trabalho mais recente de Alexandra Ramires conta já com o carimbo do 56.º Festival Internacional de Cinema de Chicago, tendo ganhado o prémio principal da competição (o Hugo de Ouro). “Uma bela paleta invertida de preto-e-branco atrai-nos imediatamente e uma grande quantidade de silêncio mantém-nos lá”. São estas as palavras do júri sobre a curta-metragem de animação “Elo”.
Esta quinta-feira, dia 26 de novembro, sugerimos-lhe que se deixe apaixonar pelo “coro de afetos” de “Amor Fati” (Cláudia Varejão) e que acompanhe o Nuno de “Discos Perdidos“, um açoriano a viver em Lisboa, na sua busca pela coleção de vinis da adolescência. Em estreia nacional no Festival Caminhos do Cinema Português, a película de Tiago P. de Carvalho cruza os acordes dos The Pale Saints, Pixies e The Cure com o tradicional folclore da cultura açoriana. O realizador marcará, inclusive, presença na sessão das 15h.
Já ao final da tarde, a nossa proposta passa por uma outra estreia nacional: “Aos Nossos Filhos” (Maria de Medeiros) – uma narrativa no feminino que explora a relação entre mãe e filha.
Estando Coimbra fora da lista de concelhos de risco “extremo” e de risco “muito elevado” devido ao número de casos de Covid-19, o Festival Caminhos do Cinema Português pôde fazer algumas alterações na sua programação. Na linha da frente destas mudanças estão o interesse, a acessibilidade e, sobretudo, a segurança de cineastas e espectadores.
O primeiro ajuste diz respeito à Cerimónia de Encerramento. O Caminhos continua a eleger o palco do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) e os acordes dos The Twist Connection para encerrar a sua XXVI Edição, mas a celebração faz-se numa nova data. A Cerimónia de Encerramento transita, por isso, de sexta-feira para as 18h de sábado, dia 28 de novembro. Num final de tarde que se anuncia chuvoso, o Festival vai celebrar o melhor da cinematografia nacional (e não só), entregando quase 30 prémios. Além do trio conimbricense, o Caminhos espera contar com a presença dos galardoados deste ano.
Esta quarta-feira, dia 25 de novembro, sugerimos-lhe que fique a conhecer a protagonista de “28½” (Adriano Mendes) que, perto dos 30, procura trabalho numa Lisboa inundada de turistas. Propomos-lhe também uma viagem à terra mais a Norte de Portugal tendo o filme “Fojos” (Anabela Moreira e João Canijo) por guia.
Já ao final da tarde, a nossa sugestão passa pela estreia nacional de “Submissão” (Leonardo António), que retrata a luta de uma mulher violada no próprio casamento.
No ano de estreia da sua mais recente longa-metragem, o realizador português Leonardo António protagonizou uma conversa que percorreu por palavras o caminho que o levou até ao cinema. “Submissão” (2020) foi selecionado pelos Stony Brook Film Festival (Estados Unidos da América) e PÖFF | Tallinn Black Nights Film Festival (Estónia) e estreia no dia 25 deste mês em Coimbra.
Esta terça-feira, dia 24 de novembro, sugerimos-lhe que fique a conhecer “Listen” (Ana Rocha), o candidato português aos Óscares. Propomos-lhe ainda uma viagem ao coração rural de “Entre Leiras” (Cláudia Ribeiro), filme rodado entre o Douro e o Tâmega.
Já ao final da tarde e na companhia de vários cineastas portugueses, a nossa sugestão passa pela primeira longa-metragem de Gonçalo Waddington – “Patrick” – filme que é antecedido por três curtas: “Suspensão“, “Úrsula” e “Moço“.