Foram mais de 150 filmes em competição, que com a abertura da Selecção Ensaios a submissões internacionais proporcionou o visionamento de obras de cerca de trinta países. As sessões competitivas do festival, Caminhos e Ensaios, totalizaram mais de trinta sessões, oferecendo ao público de Coimbra um verdadeiro caleidoscópio de identidades e possibilidades diferentes de fazer cinema. Para a importante tarefa de analisar e premiar o que de melhor se produziu no último ano nas escolas de cinema nacionais e internacionais o Caminhos Film Festival convidou a integrar o Júri Ensaios os actores Sílvia Almeida, Dinarte Branco e Afonso Pimentel e os realizadores João Antero e Ricardo Pugschitz de Oliveira. Na categoria de Melhor Ensaio Visual o premiado foi LINGO, de Vicente Niro pela pertinência do tema, seu tratamento e qualidade técnica e impacto dramático que toca a qualquer espectador. Já como primeiro vencedor na categoria de Melhor Ensaio Internacional o júri distinguiu WHEN SANAM CRIED, de Majid Sheyda e Fariborz Ahanin devido ao impacto emotivo, sempre equilibrado com a tecnicidade da realização. Convidados também pela organização a distinguir o que consideram o melhor filme no cômputo geral das sessões competitivas do festival, a Federação Internacional de Cineclubes indicou este ano Margarida Mateus, de Portugal, Massimo Bernardoni, da Alemanha e Odd Vaagland da Noruega ao Caminhos do Cinema Português. Este Júri decidiu distinguir o filme O ASSALTO, de João Tempera devido à mensagem que transmite sobre a nossa própria humanidade, como um registo a preto e branco significa que a nossa existência não vive no maniqueísmo. Porque a organização do Caminhos reconhece também o importante papel da Comunicação Social na promoção e divulgação do cinema português, foram convidados a integrar o Júri de Imprensa os jornalistas Soraia Ramos e Rui Tendinha e o produtor e realizador Francisco Amaral. O Prémio de Imprensa ao Melhor Filme foi atribuído ao documentário de Manuel Mozos, JOÃO BENÁRD DA COSTA: OUTROS AMARÃO AS COISAS QUE EU AMEI devido ao diálogo contínuo de uma paixão cinéfila materializado num sentido estético reverente ao próprio amor pelo Cinema . O Júri de Imprensa decidiu também atribuir uma menção honrosa ao filme TORRE, de Salomé Lamas. Convidados este ano a integrar o Júri da Selecção Caminhos, Ana Rocha, Gonçalo Galvão Teles, Joaquim Leitão, Lauro António, Maria Vieira, Marta Rebelo e Rita Loureiro decidiram atribuir o Grande Prémio do Festival Portugal Sou Eu ao filme IRMÃOS, de Pedro Magano. Também nas competências do Júri da Selecção Caminhos, a distinção de Melhor Longa-Metragem coube a YVONE KANE, de Margarida Cardoso. No importante campo do registo documental, o vencedor foi GIPSOFILA, de Margarida Leitão com uma menção honrosa para Manuel Mozos pelos filmes João Benárd da Costa – Outros Amarão as Coisas que Amei e A Glória de Fazer Cinema em Portugal. Para Melhor Curta-Metragem Turismo do Centro os jurados apontaram A ULTIMA ÁRVORE ANALÓGICA, de Jorge Pelicano como o melhor registo na competição deste ano, atribuindo ainda uma Menção Honrosa a Provas, Exorcismos, de Susana Nobre. A categoria de Animação é também distinguida com a indicação de QUE DIA É HOJE, do Colectivo Fotograma 24 como o vencedor do prémio Melhor Curta-Metragem Recheio, sendo ainda atribuída uma Menção Honrosa a Vigil, de Rita Cruchinho Neves. Consciente que a Arte Cinematográfica portuguesa apenas consegue evoluir com a constante emergência de novos valores, o prémio de Revelação atribuído pelo Júri da Selecção Caminhos é este ano galardoado ao jovem actor de Montanha, David Mourão. Por fim, nas competências do principal Júri do festival estão também as seguintes categorias: Melhor Actor – Filipe Duarte – Cinzento e Negro Melhor Actor Secundário – Carlotto Cota – Montanha Melhor Actriz – Beatriz Batarda – Yvone Kane Melhor Actriz Secundária – Luísa Cruz – As Mil e Uma Noites Melhor Direcção Artística – Ana Vaz – Yvone Kane Melhor Fotografia – João Ribeiro – Yvone Kane Melhor Guarda Roupa – Isabel Quadros – Capitão Falcão Melhor Realizador – Miguel Gomes – As Mil e Uma Noites Melhor Caracterização – João Rapaz – Arcana Melhor Montagem – Ricardo Teixeira – Irmãos Melhor Som – Hugo Leitão – Portugal- Um Dia de Cada Vez Melhor Argumento Original – Miguel Gomes, Mariana Ricardo e Telmo Churro – As Mil e Uma Noites Melhor Argumento Adaptado – Miguel Gomes, Mariana Ricardo e Telmo Churro – As Mil e Uma Noites Melhor Banda Sonora Original – Mário Laginha – Cinzento e Negro Recordamos que a gala de entrega de prémios não significa este ano o fim do Caminhos. No sábado é ainda possível assistir às ultimas sessões do II Simpósio Internacional Fusões no Cinema e na rua Visconde da Luz continuará patente até dia 15 de Dezembro a exposição Os Anos d’Ouro do Cinema Português.
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