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Explosão de sensações num apocalipse cinematográfico

O Teatro Académico Gil Vicente foi, mais uma vez, casa das exibições desta terça-feira, dia 26. A Seleção Caminhos levou até aos espectadores, pelos ecrãs do teatro da Praça da República, os filmes “Invisível Herói” e “Mutant Blast”.

Duarte Pina protagonizou o primeiro filme da noite, com início às 21h45. A curta-metragem de Cristéle Alves Maria é, na sua perspetiva, uma demonstração da forte ligação que tem com a cultura crioula. Inicialmente, contou, a ideia passava por realizar uma longa metragem que abordaria os invisíveis de Lisboa e Duarte ia ser apenas mais um. Contudo, envolveu-se de tal forma com o que ele era enquanto pessoa e enquanto pessoa cega, que decidiu fazer uma curta só com ele.

“Invisível Herói” segue a história de Duarte, um homem de 50 anos, cego. Ao longo da curta ele vai procurando pelo seu amigo Leandro, a quem quer entregar a letra de uma canção escrita por si. Na praia, Duarte vai perguntando, a todos quantos sente a presença, se viram o seu amigo. Ninguém sabe quem é ou onde está. A verdade é que a procura daquele amigo, cuja existência questionamos, é o que permite a Duarte conversar, conhecer pessoas.

“Um processo interessante e mágico”, afirma o protagonista. O Leandro é, segundo Duarte Pina, cada pessoa que vê, ou seja, uma forma de refletirmos sobre quantos mundos nós temos. No final, a estrela do filme declara que se divertiu imenso, tendo sido uma experiência maravilhosa.

Invisível Herói Mutant Blast

Uma escolha de última hora, mas uma alteração que surpreendeu os espectadores: “Mutant Blast”, comédia de terror de Fernando Alle, foi o filme que se seguiu. Retrata uma perseguição por uma célula militar responsável por experiências científicas que originou um apocalipse.

Os dois protagonistas do filme foram Maria Leite, consiste numa destemida soldado e Pedro Barão Dias, um homem que se encontra com uma ressaca e aparece em todas as peripécias ao longo do filme. Estes que já foram galardoados como melhor atriz e melhor ator, respetivamente, e ainda, Fernando Alle como melhor argumento.

Um filme diferente. Mistura comédia, ficção científica e terror. “Mutant Blast” tem a capacidade de dividir as opiniões e deixar os espectadores surpreendidos. Tanto que, no final da sessão, todos os presentes tiveram a oportunidade de avaliar as exibições.

Mais um dia de festival. Mais um dia marcado pela diversidade. Mais um dia de cinema português.

Por Ana Rita Coelho e Ana Sofia Neto