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Premiados XXV Edição

Selecção “Outros Olhares”, Júri constituído por António Pedro Pita, Cristina Janicas e Rita Alcaire. Deliberou que o melhor filme desta secção é:

Actos de Cinema, de Jorge Cramez, é uma magnífica deambulação por uma memória do cinema feita de apuro estético, exigência política e intensa afetividade, devolve objetos perdidos à sua expressividade e constitui, por isso, uma aliciante reinvenção do cinema.

 Júri de Imprensa Cision, constituído por Cláudia Sobral, Filipa Queiroz e Sara Afonso, decidiu, por unanimidade, atribuir o prémio de Imprensa CISION a:

 Fordlandia Malaise, de Susana de Sousa Dias, numa melancolia latente, alimentada pelo preto e branco das imagens, Susana de Sousa Dias mergulha num período marcante da vida da Amazónia. Sem se impor, a realizadora embala-nos através dos sons da selva viva enquanto nos guia pela paisagem industrial dos despojos de Fordlandia, uma cidade fantasma num território consumido pela devastação de terras e da identidade de um povo indígena, em prol de um progresso industrial que se revelou um fracasso. Através de fotografias de arquivo e de imagens aéreas, Susana de Sousa Dias recorre ao passado para mapear um presente quase distópico, que pode ser lido como premonição para o futuro. Uma reflexão pertinente, tanto do ponto de vista antropológico como da atualidade. Num intrincado diálogo entre a imagem captada, a que é descrita e a que é imaginada, em Fordlandia Malaise cada opção estética serve de forma meticulosa a narrativa. É um filme delicado mas assertivo, pertinente e factual, e que deixa espaço à poesia, ao mito e aos sentimentos.

 Menção Honrosa atribuída a Past Perfect, de Jorge Jácome, o júri decidiu, igualmente, atribuir uma menção honrosa a Past Perfect pela sua subtileza, audácia criativa e inteligência artística. Conjugando imagens que, parecendo ao acaso são assertivas e precisas, e legendas em forma de questões e respostas, Jorge Jácome leva-nos numa viagem regressiva à procura de uma era dourada. É um filme carregado de sentido de humor e de ideias que pedem uma segunda e terceira visitas, ainda que apenas pelo mero prazer de serem absorvidas de novo, como se houvesse sempre mais um pormenor à espera de ser revelado. Entre o poder hipnótico das imagens e as palavras de uma voz silenciosa impossível de ignorar, ao traçar uma geografia da melancolia, Past Perfect reflete sobre a razão da nostalgia: a tentativa de encontrar um pretérito perfeito num presente imperfeito.

Seleção Ensaios, Júri constituído por Catarina Neves Ricci, Pedro Ribeiro e Tiago Afonso. Deliberou:

Ensaio Internacional

Menção Honrosa: La Llorona, de Rosana Cuellar

La Llorona é uma super produção que cumpre, e bem, na opinião do júri, aquilo a que se propõe.

Surpreende o universo surrealista, repleto de referências folclóricas, que trabalha a narrativa de ficção mais clássica, a tragédia, e o musical. 

É um filme que claramente arrisca, e para o júri de forma bem sucedida. Saudamos por isso o risco, a mescla de géneros, e a sua narrativa.

Melhor Ensaio Internacional: Day Release, de Martim Winter

Decisão unânime por parte do júri. Freigang (A Day Release) cativa desde o primeiro minuto, transportando-nos de imediato para a intimidade de Kathi – jovem mãe, presa, e que tem um dia para ir a casa. Bem dirigido, soberbamente bem interpretado pela actriz que carrega quase sozinha toda a história, Anna Suk, o filme destaca-se em quase todas as categorias: realização, elenco, som, montagem, de forma directa, sem artifícios. 35 minutos que nos deixaram com um soco no estômago. 

Ensaio Nacional

Menção Honrosa: Ode à Infância, de Luís Vital, João Monteiro

 Ode à infância é uma belíssima animação por si só. Surpreendeu o júri pela técnica do seu desenho, pela eficácia e bom gosto das suas cores, e pela rapidez com que nos fez sonhar.  Notável construção. 

Melhor Ensaio Nacional: Quem me dera em vez de uma câmera ter uma mosca, de Cláudia Craveiro Santos

Partindo de, e gravitando em torno, de um poema extraordinário de José Diogo Nogueira, o filme é construído com enorme sensibilidade na imagem e montagem. 

Tanto o material de arquivo como o material filmado correspondem, para o júri, às intenções a que a realizadora se propôs, fazendo sobressair uma construção narrativa bonita, poética, e sensível, sobre cinema e criação. 

 

Seleção Caminhos

Júri da Federação Internacional de Cineclubes, após convocação a cineclubes de todo o mundo é constituído por: Bruno Fontes (Portuguesa), Sarah Adam (Alemã) e Toni Cuadras (Catalão). Deliberou, na atribuição do Prémio D. Quijote:

Menção Honrosa: A Raposa, de Leonor Noivo

Pela forma como trata temas que nos afetam enquanto sociedade através de uma conceção visual arriscada que intercruza reflexões pessoais e fílmicas que, apesar de perturbadoras, transmitem sentimentos plenos de coragem e de vida. 

Prémio D. Quijote: Cerro dos Pios, de Miguel de Jesus

Pelo modo como o cineasta, procurando imagens, sentimentos e afetos, convida o espetador para uma viagem espacial e fílmica na qual partilha os seus medos e inseguranças. Aquilo que nos surge como se fosse apenas um diário por imagens onde a câmara parece ser colocada ao acaso revela-se afinal um ensaio fílmico com uma montagem exímia que convoca motivos como a complexidade das relações humanas. 

Júri Caminhos constituído por Carla Vasconcelos, Hugo Van Der Ding, João Telmo, Lucinda Loureiro e Paulo Carneiro. Deliberou que:

Prémios Técnico Artísticos

Menção Especialíssima  para Efeitos Especiais: Fernando Alle pelo seu filme Mutant Blast

Melhor Som: David Badalo, pelo filme Alva, de Ico Costa

O Som é a outra personagem.

Melhor Realizador: Pedro Filipe Marques, pelo seu filme Viveiro

Para cada plano só existe uma posição de câmara. Planos do Catano.

Melhor Montagem: Francisco Moreira e Ana Godoy, pelo filme Alva, de Ico Costa

Exímio trabalho de elipse.

Melhor Guarda-Roupa: Patrícia Dória, pelo filme Variações, de João Maia

Recriação da realidade ao pormenor.

Melhor Fotografia: Leonardo Simões, pelo filme Vitalina Varela, de Pedro Costa

Simbiose com o realizador.Pintor.

Melhor Direção Artística: Ana Bossa, pelo filme Último Acto de Maria Hespanhol

-Transporta para fora o que a personagem tem dentro.

Melhor Cartaz: Inês Bento, pelo filme Ruby de Mariana Gaivão

-Uau, 70×100.

Melhor Caracterização: Magalí Santana, pelo filme Variações, de João Maia

-Recriação da realidade ao pormenor.

Melhor Banda Sonora Original: Normand Roger, pelo filme Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias, de Regina Pessoa

-Ótimo, semi fusa,fusa.

Melhor Argumento Original: José Filipe Costa, pelo seu filme Prazer, Camaradas!

-Criativa e inesperada visão do pós revolução.

Melhor Argumento Adaptado:Manuel Moreira e Bruno Caetano, pelo filme O Peculiar Crime do Estranho Sr. Jacinto, de Bruno Caetano.

-O nome do prémio justifica o próprio prémio.

Melhor Atriz Secundária:Teresa Madruga, pelas prestações nos filmes Variações, de João Maia, e, Dia de Festa de Sofia Bost.

-Todas as famílias felizes são iguais, todas as famílias infelizes são infelizes. 

Melhor Atriz: Vitalina Varela, no filme homónimo de Pedro Costa.

-Vitalina supera-se a si mesmo.Deixamos de olhar para a sua vida e passamos a ver a vida de tantas mulheres.

Melhor Ator Secundário: Filipe Duarte, pelo filme Variações, de João Maia

-Cúmplice, terno, elegante, intenso.

Melhor Ator: Sérgio Praia, pelo filme Variações, de João Maia

-Não faz de. É.

Prémios Oficiais

Prémio Revelação: Maria Abreu, no filme Tristeza e Alegria na Vida das Girafas, de Tiago Guedes

-De igual para igual com os atores com quilômetros de rodagem.Citando o Urso: Merda, Merda, Merda.

Prémio Melhor Animação: Peculiar Crime do Estranho Sr Jacinto, de Bruno Caetano

-Um regresso à infância. Uma alegoria sobre o nosso mundo. Não lixes a natureza antes que ela te lixe a ti.

Prémio Melhor Documentário Universidade de Coimbra: Fordlandia Malaise, de Susana de Sousa Dias

-Frame a frame sentimos todos os que habitaram os edifícios que vemos do alto como un vol d’oiseau.

Prémio Melhor Curta-Metragem: Ruby, de Mariana Gaivão

-Uma pedra preciosa.

Prémio Melhor Ficção GesMo:Alva, de Ico Costa

-Um filme sem artifícios. Belo, fluido como as águas do rio. Misterioso.

Grande Prémio do Festival: Vitalina Varela, de Pedro Costa

-Um quadro de pintura. Poético. Uma obra prima. Rembrandt é realizador.

Prémio do Público Chama Amarela:

Quero-te Tanto, de Vicente Alves do Ó

 

Palmarés por filme:

Menções Honrosas

A Raposa, de Leonor Noivo:
Menção Honrosa Júri da Federação Internacional de Cineclubes

La Llorona, de Rosana Cuellar
Menção Honrosa Júri Seleção Ensaios

Mutant Blast, de Fernando Alle
Menção Especialíssima para Efeitos Especiais

Ode à Infância, de Luís Vital e João Monteiro:
Menção Honrosa do Júri Ensaios para Ensaio Nacional

Past Perfect, de Jorge Jacome:
Menção Honrosa do Júri de Imprensa CISION

Prémios

Actos de Cinema, de Jorge Cramez:
Melhor Filme Selecção Outros Olhares

Cerro dos Pios, de Miguel de Jesus
Prémio D. Quijote da Federação Internacional de Cineclubes 

Day Release, de Martin Winter:
Melhor Ensaio Internacional

Prazer, Camaradas!, de José Filipe Costa:
Melhor Argumento Original, para José Filipe Costa

Quem me dera em vez de uma câmara ter uma mosca, de Cláudia Craveiro Santos
Melhor Ensaio Nacional

Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias, de Regina Pessoa
Melhor Banda Sonora Original, para Normand Roger

Tristeza e Alegria na Vida das Girafas, de Tiago Guedes
Prémio Revelação para Maria Abreu, em Tristeza e Alegria na Vida das Girafas, de Tiago Guedes

Último Acto, de Maria Hespanhol:
Melhor Direção Artística, para Ana Bossa

Dia de Festa, de Sofia Bost:
Melhor Actriz Secundária, para Teresa Madruga (repartido com performance em Variações)

Viveiro, de Pedro Filipe Marques:
Melhor Realizador

Ruby, de Mariana Gaivão (2):
– Melhor Curta-Metragem
– Melhor Cartaz, para Inês Bento

Fordlandia Malaise, de Susana de Sousa Dias (2):
– Prémio de Imprensa CISION
– Prémio Melhor Documentário Universidade de Coimbra

O Peculiar Crime do Estranho Sr. Jacinto, de Bruno Caetano (2):
Melhor Argumento Adaptado
– Melhor Documentário Universidade de Coimbra

Alva, de Ico Costa (3):
– Prémio Melhor Ficção GesMo
– Melhor Montagem
– Melhor Som

Vitalina Varela, de Pedro Costa (3):
– Grande Prémio Festival
– Melhor Atriz, para Vitalina Varela
– Melhor Fotografia, para Leonardo Simões

Variações, de João Maia (5):
– Melhor Actriz Secundária, para Teresa Madruga (repartido com performance em Dia de Festa)
– Melhor Actor, para Sérgio Praia
– Melhor Actor Secundário, para Filipe Duarte
– Melhor Caracterização, para Magalí Santana
– Melhor Guarda Roupa, para Patrícia Dória

 

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