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Prémios XXX Caminhos do Cinema Português

PRÉMIOS DO JÚRI CAMINHOS

Júri Constituído por Filipa Vasconcelos, João Pedro Rodrigues, Mina Andala, Paulo Cunha e Pedro Brito

Prémios Oficiais

Grande Prémio Cidade de Coimbra
«Sempre», de Luciana Fina

Um filme que pinta com as cores e as tintas do presente, o mesmo mural colectivo dos artistas e actores de Abril. “Um remake, uma ficção, um documentário, um ensaio, um fresco?” Tudo e nada disso. Só um projecto destes, baseado na colossal pesquisa de querer ver tudo – e que já foi uma belíssima instalação projectada numa parede de tijolo na Cinemateca Portuguesa – nos pode emocionar desta maneira. Nestes 50 anos da revolução, que mais bela, justa e sincera homenagem poderíamos esperar para partir e reconstruir as paredes que nos tapam sempre o caminho? O Júri Caminhos atribui o Grande Prémio “Cidade de Coimbra” ao filme “Sempre”, de Luciana Fina.

Prémio AXN Movies para Melhor Ficção
«Estamos no Ar», de Diogo Costa Amarante

Pela maturidade do ecossistema dramático, pela enorme e complexa riqueza das personagens que povoam esse mundo ficcional e, sobretudo, pelo convite a pensar a natureza humana na condição mediática contemporânea, o Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Ficção a “Estamos no Ar”, de Diogo Costa Amarante.

Prémio Turismo do Centro para Melhor Documentário
«À Mesa da Unidade Popular», de Isabel Noronha e Camilo de Sousa

Pela valorização do cinema enquanto instrumento de reflexão e mediação para a reconstrução da memória de um processo histórico singular, repleto de promessas por cumprir e de utopias desfeitas, o Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Documentário ao filme “À Mesa da Unidade Popular ”, de Isabel Noronha e Camilo de Sousa.

Prémio União de Freguesias de Coimbra para Melhor Animação
«Percebes», de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves

Pela originalidade na escolha do sujeito poético deste filme que se presta a refletir sobre a relação entre o Homem, o mar e a cidade. Pelo uso criativo das técnicas de animação para tão bem ilustrar a nossa conexão ancestral com a Natureza. Uma belíssima aguarela dedicada ao Algarve, às suas gentes e aos nobres percebes! O Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Animação ao filme “Percebes” de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves.

Prémio Fernando Santos Sucessores Revelação
«À Tona D’Água, de Alexander David

Após uma primeira longa-metragem singular, nascida do gesto íntimo, orgânico e necessário de fazer um filme quase num sistema de auto-produção, este seu segundo filme revela, sem artifícios e subterfúgios, a segurança de um novo actor realizador ou realizador actor, que tenta traçar caminhos nunca antes caminhados. O Júri Caminhos atribui o Prémio FSS Revelação a Alexander David,  realizador do filme “À Tona d’Água”. 

 

Prémios Técnico-Artísticos

Melhor Som
Nicolas Snyder e Vivian Williams, «Iris», de João Monteiro

Quando um filme de animação faz com que os mais sensíveis tapem os olhos, mas a composição sonora não os deixa escapar, mantendo o espectador dentro da narrativa, temos um objecto cinematográfico de excelência.  Com uma composição sonora exímia e cheia de adjetivos auditivos que criam uma imersão única, o júri decidiu dar o prémio de melhor som a Íris de João Monteiro.

Melhor Realização
Marta Mateus, «Fogo do Vento»

Um filme que ousa levar à letra o enigmático título de Marguerite Duras, “Dias Inteiros nas Árvores”, mas que nada deve àquela escritora/realizadora. Ancorada na terra e nos corpos do Alentejo, o filme encena uma comunidade viva que ressoa o lastro e a violência do passado. Uma cantata agreste onde o sol e a lua atiçam o fogo do vento e que vem confirmar a voz única de uma realizadora. O Júri Caminhos atribui o Prémio de Realização a Marta Mateus, pelo filme “Fogo Do Vento”.

Melhor Montagem
Lucas Moesch e Daniel Soares, «Bad for a Moment», de Daniel Soares

Um novo olhar, sem vícios de academia e forma, retrata uma crise com um ritmo e cadência particular e provocadora. O Júri Caminhos atribui o prémio de Melhor Montagem a Lucas Moesch e Daniel Soares, pelo filme “Bad for a Moment.”.

Melhor Figurino
Tânia Franco, «Ubu», de Paulo Abreu

Fazer um filme de época é uma aventura. Se não houver dinheiro para fazer um “Senhor dos Anéis”, a natureza fotográfica do cinema só pode ser ludibriada pela estilização e nisso estes figurinos medievais são exímios, potenciando a selvajaria histriónica exemplar do par principal. O Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Figurinos a Tânia Franco, pelo filme “Ubu”.

Melhor Fotografia
Rui Poças AIP ABC, Sayombhu Mukdeeprom e Gui Liang, «Grand Tour, de Miguel Gomes

Pela capacidade em transportar o espectador através do espaço e do tempo,  em convencê-lo e seduzi-lo através do jogo de sombras e de luzes, entregando-lhe um maravilhoso novo mundo, o Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Fotografia a Rui Poças AIP ABC, Sayombhu Mukdeeprom, Gui Liang, pelo filme “Grand Tour”. 

Melhor Direção Artística
Ilda Patpro Krahô e Angeles García Frinchaboy, «A Flor de Buriti», de João Salaviza e Renée Nader Messora

Renée Nader Messora e João Salaviza lançam-se no épico com o povo Krahô, como John Ford se tinha lançado em 1964 com o povo Cheyenne em “O Grande Combate”.

Os Krahô estão em todas as funções do filme, em frente e atrás da câmara. Poucos filmes arriscam esta justeza. Deste equilíbrio frágil mas acertado, nasce a riqueza visual narrativa do filme. O Júri Caminhos atribui o prémio de Melhor Direção Artística a Ilda Patpro Krahô e Angeles García Frinchaboy, pelo filme “A Flor do Buriti”.

Melhor Cartaz
José Mendes, «Por Ti, Portugal, Eu Juro, de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso

Com um grafismo cuidado e inovador que não se restringe apenas ao cartaz mas que se expande aos genéricos do filme, demonstrando um cuidado visual pensado e cuidado para um todo, faz-nos pensar que poderia ter ganho, se existisse, o prémio de melhor genérico. Assim, o Júri decidiu dar o prémio de melhor Cartaz a José Mendes pelo design desenvolvido para “Por ti Portugal, eu juro!”, de Sofia da Palma Rodrigues.

Melhor Caracterização
Nuno Esteves “Blue”,  «Mãos no Fogo», de Margarida Gil

Pela forma como contribui para a imersão na narrativa dando credibilidade e profundidade às personagens, enriquecendo a experiência visual e a coesão estética do filme. Um trabalho acertado que ajuda a enriquecer a experiência do espectador, o Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Caracterização a Nuno Esteves “Blue” pelo seu trabalho no filme “Mãos no Fogo”, de Margarida Gil.

Melhor Banda Sonora Original
Eliana Rosa, Henrique Silva e Luís Firmino, «Manga d’ Terra», de Basil da Cunha

Pela riqueza sonora, pela densidade emocional com que a música nos seduz e conduz a narrativa, o Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Banda Sonora Original a Eliana Rosa, Henrique Silva e Luís Firmino, pela sua contribuição no filme “Manga d’Terra”.

Melhor Argumento
Margarida Cardoso, «Banzo», de Margarida Cardoso

Pela capacidade de evocar uma história, de a imprimir numa atmosfera e num estado de espírito que trespassa a tela e se instala e contagia o espectador, pela memória, pelo passado e pelo futuro, o Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Argumento a Margarida Cardoso, pelo filme “Banzo”.

Melhor Interpretação Secundária
Valerie Bardell, «Estamos no Ar», Diogo Costa Amarante

vulnerabilidade e a força. A humanidade desarmante que imprime em cada gesto, palavra, o Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Interpretação Secundária a Valerie Braddell, em “Estamos no Ar”.

Melhor Interpretação Principal
Sandra Faleiro, «Estamos no Ar», de Diogo Costa Amarante

Pela performance memorável, magnética e irrepreensível na qual todo o filme está  solidamente ancorado. É tanto uma força cómica quanto uma presença dramática tocante, sem nunca perder de vista a verdade emocional da sua personagem, o Júri Caminhos atribui o Prémio de Melhor Interpretação a Sandra Faleiro em “Estamos no Ar”.

 

PRÉMIO FIPRESCI

Júri constituído por Joanna Orzechowska-Bonis (França), Josef Nagel (Alemanha) e Salome Kikaleishvili (Georgia).

 

«Pedágio», de Carolina Markowicz 

Um filme passado nos subúrbios de São Paulo, que explora as dificuldades e lutas de uma mãe solteira na gestão das relações familiares, da identidade sexual, da maternidade  e na aceitação das diferenças. Com um espantoso equilíbrio na relação entre o humor negro e o drama comovente, o filme realça os desafios de compreensão das escolhas de vida dos outros enquanto celebra a individualidade e a resiliência do dia-a-dia.

 

PRÉMIO DO JÚRI UNIVERSITÁRIO

Júri constituído por Cátia Beato, Bernardo Branco Fernandes e Henrique Lucas.

 

Menção Honrosa do Júri Universitário: «Die Letzte Wette», de Meike Wüstenberg

“Justificamos esta menção honrosa pela afetividade que nos suscitou, trazendo-nos um sorriso na cara e um quentinho na barriga. Seu tema universal é o de um luto antecipatório, abordado de forma leve através da relação carinhosa entre um casal de terceira idade que pressente a chegada do momento de sua despedida. Mantendo o frescor e a jovialidade do seu amor, eles levam seus dias com ternura e acabam eventualmente lidando com o destino que se aproxima. É um filme sobre um amor para a vida toda, que muitos de nós desejariam ter e, ao mesmo tempo, uma narrativa delicada sobre a subjetividade humana e o destino de cada um de nós”.

 

Prémio Universidade de Coimbra para Melhor Filme da Seleção Ensaios: «Nothing But Shadows», de Kathy Mitrani

“Este é um filme que se agarra à pele do espectador, profundo e intenso, fazendo-nos pensar e sentir o que Marisol sente. Dificilmente saímos da sala da mesma forma que entramos, após assistir a protagonista processar o luto pela morte de seu marido, Salvador. Sua realização é feita com maestria, com uma bela fotografia de cores vívidas e banda sonora latina, que embala o enredo tal qual uma cúmbia ou bolero. Da mesma maneira, uma narradora em voice over carrega a história adiante, estabelecendo o olhar da realizadora e suas referências latino-americanas. Certamente, é o tipo de filmes que, a cada visualização feita, é possível encontrar novos sentidos e relações entre os elementos que compõem a trama. É um filme que aborda de forma universal temáticas sensíveis de nossa sociedade, mas também traz consigo aspectos metafísicos como as previsões nas chávenas de café, a astrologia e as crenças religiosas, elementos que elevam o espaço da narrativa a uma componente espiritual. Estar com Marisol durante os 18 minutos de duração desta curta é entrar em seu universo particular, conhecer a sua cultura, dividir seus anseios e receios, conhecer a força desta mulher e seus poderes sobrenaturais. Sombras nada más não nos faz apenas pensar, mas nos compele a atingirmos maiores níveis de empatia e entrar em uma dança mítica por uma vida melhor”.

PRÉMIOS DO JÚRI ENSAIOS

Júri constituído por Daniel Roque, Mónica Lemos e Vicente Paredes.

Melhor Ensaio Nacional de Animação: «Cherry, Passion Fruit», de Renato José Duque

“Através da simplicidade da mancha e dureza do traço, o filme revela a sensibilidade e vulnerabilidade de um desejo contido.”

Prémio União de Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades para Melhor Ensaio Nacional: «Uma Mãe Vai à Praia», de Pedro Hasrouny

“Pela brutalidade delicada da interpretação, o sentido de humor subtil, a leveza da fotografia, premiamos um filme que testa a paciência incondicional de uma mãe num dia trivial de férias em família.”

PRÉMIO DO JÚRI OUTROS OLHARES

Júri constituído por André Gil Mata, Luísa Neves Soares e Valerie Braddell.

Menção Honrosa do Júri Outros Olhares
«O Céu em Queda», de Carlos Ruiz Carmona 

“Pela proposta de revivência e questionamento do cinema clássico, ora mimetizando-o, ora rompendo-o, através de uma rigorosa realização, fotografia e arte, que atinge o seu auge na entrega da actriz Carla Chambel, que nos leva para todas as grandes interpretações da mulher no cinema…”

Prémio CISION para Melhor Filme Outros Olhares
«Enxofre», de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes

“Pela abordagem cinematográfica experimental que parte do real concreto do mundo e de uma paisagem mineral inóspita que, apesar do rigor visível na mise-en-scène, a transcende e interpela, numa evocação poética e polifónica que se corporiza através dos passos, das vozes e de um jogo quase lúdico de encontros e desencontros entre duas crianças. Caminhos que se cruzam num cenário espectral, monocromático e agreste, um prenúncio de fim que nos é trazido na abordagem lúcida e simbólica dos autores do filme ao contemporâneo do mundo e às questões mais essenciais da humanidade. Vida e morte, princípio e fim, luz e sombra. Dois percursos que seguem caminho juntos, unidos pela esperança que questiona se para lá da montanha ainda continuaremos a existir.”

PRÉMIO DO PÚBLICO — FILMin

“Play it again, Yuki” de João Ganho

PRÉMIO ETHOS

Luís Miguel Cintra

 

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