Do momento em que pensamos uma ideia até à sua execução final: o filme. Todos os dias ouvimos histórias, ideias disparatadas, biografias convincentes e em todas elas parece existir a possibilidade de cinema.”
Nos dias 7 e 8 de Dezembro, Vicente Alves do Ó ajudar-nos-á a separar uma boa ideia de uma boa, mas falsa ideia, no módulo Argumento 1 – Enquadramento Teórico.
Durante este módulo, de 16 horas, os formandos terão a possibilidade de analisar, discutir e experimentar a arte do argumento.
Vicente Alves do Ó
Vicente Alves do Ó assinou a sua entrada no mundo do cinema em 2000 com dois telefilmes da Sic/Animatógrafo 2 – Monsanto de Ruy Guerra e Facas e Anjos, de Eduardo Guedes e a colaboração no projecto de António-Pedro Vasconcelos Os Imortais. Depois de três curtas metragens e alguns argumentos para realizadores portugueses, estreou-se como realizador de longas-metragens em 2011 com “Quinze Pontos na Alma”, com Rita Loureiro, João Reis e Marcello Urghege. Em 2012 lançou o seu primeiro romance “Marilyn à beira-mar” e o filme “Florbela”, com Dalila Carmo, Ivo Canelas e Albano Jerónimo. Sucesso de bilheteira, vencedor de vários prémios, actualmente em digressão internacional por vários países e festivais do mundo.
Neste momento prepara a sua terceira longa-metragem.
Zé Pimpão é um fanfarrão que gosto de exibir carro e con- dução a toda a gente, incluindo a si próprio. Desconhecendo as suas limitações, julga-se é imune ao álcool… até ao dia em que sofre as consequências da sua estupidez. Uma adaptação do livro de José Jorge Letria e André Letria.
Ficha Técnica
Realização Pedro Brito
Argumento Humberto Santana
Animação João Morais Ribeiro Armando Coelho
Som Paulo Curado
Música André Militão
Vozes Humberto Santana Pedro Brito Sofia Ferrão Teresa SobralVladimir Mesquita
Uma mulher vende o seu trabalho prestando-se às mais depravadas fantasias sexuais do espaço virtual. Mas tudo é preferível à realidade dos seus dias repletos de dor e solidão, e M torna-se a super operadora da maior empresa de pornografia do globo.
Ficha Técnica
Realização José Miguel Ribeiro
Argumento José Miguel Ribeiro
Direcção de Som Pedro Lima
Montagem Diogo Carvalho João Miguel Real
Produtor Eva Yébenes José Miguel Ribeiro Nuno Beato
História de uma viagem de 60 dias a andar em Cabo Verde. Sem telemóvel ou relógio, sem programar antecipadamente e com o essencial às costas, o viajante descobre as montanhas, povoações, o mar, uma tartaru- ga, a música, as cabras, a bruma seca, os cabo-verdianos e acima de tudo uma parte essencial de si mesmo.
Esta é a história de um rapaz diferentes dos outros, que sonha em encontrar o seu lugar ao sol.
Tal como a lua passa por diferentes fases, também o Kali tem de enfrentar os seus medos e demónios interiores para, no final, encontrar a passagem para a luz. Um dia ele vai desaparecer… ou talvez seja apenas mais uma fase de mudança.
A 12 de Dezembro de 2013 integrado no Ciclo “20 Anos de Cinema Português” será exibido,pelas 22 horas, “Balas e Bolinhos 2 – O Regresso” de Luís Ismael. A projecção ocorrerá no Mini-Auditório Salgado Zenha. Entrada Livre.
Luís Ismael
Luís Miguel da Rocha Ferreira nasceu no Porto. O seu nome artístico, Luís Ismael, é uma homenagem ao seu pai.
Filmografia
2001: Balas & Bolinhos 2004: Balas & Bolinhos – O Regresso 2009: Consequências 2012: Balas & Bolinhos – O Último Capítulo
Festivais & Prémios
– XII Caminhos do Cinema Português
Intérpretes
Pedro Carvalho João Carvalho J.D. Duarte Luís Ismael Jorge Neto Angelito Pereira João Pires Aurélio Queirós Fernando Rocha Rosário Sousa
BALAS & BOLINHOS 2 — O REGRESSO
2004, 98′
Os cromos estão de volta! Rato está com problemas de dinheiro. Culatra anda sem dinheiro e com problemas. Um dia descobrem a solução para todos os seus males… roubar o mapa de um tesouro. O que despoleta novamente uma série de confusões… É preciso reunir o grupo, mas falta um líder. Tone está de regresso para comandar a legião dos “duros”. Contra tudo e contra todos, Tone, Culatra e Bino encabeçam aquela que será, sem dúvida, a maior aventura do cinema português. Um filme irreverente e ousado, com diálogos e situações hilariantes, sequela de “Balas & Bolinhos”. Contado… ninguém acredita!
A 5 de Dezembro de 2013 integrado no Ciclo “20 Anos de Cinema Português” será exibido,pelas 22 horas, “As Bodas de Deus” de João César Monteiro. A projecção ocorrerá no Mini-Auditório Salgado Zenha. Entrada Livre.
JOÃO CÉSAR MONTEIRO
Nascido na Figueira da Foz (1939), é uma das figuras mais relevantes do cinema português. Controverso e original como a sua obra, introduz nas suas primeiras obras o conceito de “antropologia visual”. Os seus filmes únicos ganharam um protagonismo internacional, tendo participado regularmente nos grandes festivais europeus. A trilogia do personagem João de Deus é talvez o mais consensual dos seus trabalhos – tendo o primeiro filme, Recordações da Casa Amarela, sido agraciado com o Leão de Prata do Festival de Veneza. A prestigiada revista Cahier du Cinema selecionou os outros dois filmes, A Comédia de Deus e As Bodas de Deus, entre os melhores 10 de 1996 e 1999, respectivamente.
É então que num velho parque solitário e gelado, duas sombras se encontram: a de Deus e a de um Enviado de Deus.
O Enviado de Deus dá ao vadio (estado provisório do pobre João de Deus) uma mala cheia de dinheiro. Missão cumprida, o Enviado vai à vida. Debaixo da árvore à beira do lago, João conta as pápulas. A água silente do lago é perturbada pela queda de um corpo. Ouvido o que se passou, vai João ver o que se passa. A jovem Joana está prestes a afogar-se. João atira-se à água retira Joana. Ministrados os primeiros e tão prontos socorros, João transporta a inanimada para um convento de freiras. Que confiança! Que aventurança!
Volta ao parque para recuperar o dinheiro contido na mala. Felizmente, aquela hora do dia, os viandantes não viandam.
Rico como Cresus, João regressa ao convento para se inteirar do estado de saúde de Joana e para, graças à sua esplêndida situação financeira, melhorar a vida do convento e a vida de Joana.
Esta serve numa creche aberta pela paróquia da aldeia, meu velho Couperin. Na boa companhia da madre Bernarda, a superiora do convento, João de Deus almoça com a madre Bernarda: cozido à portuguesa, tintamente regado.
Após a santa ingestão, conversação com Joana à beira-mar. João de Deus encontra uma romã na areia. Corta a romã irmamente e oferece a Joana uma das metades. Longo silêncio. É tudo.
Pousada de Santa Isabel em Estremoz. No quarto de João de Deus, tornado Barão de Deus, uma jovem malabarista exercita-se sem amor com três laranjas. Tanto pior!
Na cozinha do hotel, o Barão ajuda o velho pasteleiro a inscrever uma palavra gentil num bolo especialmente concebido para uma misteriosa Princesa que passa por ser o grande amor do Príncipe Omar Raschid, magnate do petróleo e jogador inveterado.
Omar Raschid e João de Deus encontram-se no bar do hotel e ficam amigos. Decidem jogar uma partida de poker no palácio da quinta do Paraíso, uma propriedade adquirida por João de Deus nos arredores de Lisboa. Omar Raschid chega ao palácio, acompanhado pela Princesa, a bela lena Gombrowciz, presumivelmente de origem polaca.
Disputada a partida de poker, Omar Raschid perde uma soma importante. É então que Elena manifesta o desejo de ser tirada à sorte. João de Deus ganha a Princesa e Omar Raschid, tendo o seu fatal destino traçado, despede-se do amor e da vida. Bom repouso.
Com o duplo propósito de divertir a Princesa e de perturbar a paz do podre do país, o Barão de Deus aproveita uma récita de “La Traviata” de Verdi, no teatro de São Carlos, para lhe conferir uma dimensão orgíaca, com ressonâncias fortemente libertárias.
Depois de tão intensas emoções é desumano que o acto nupcial entre Barão e a Princesa não chegue a consumar-se: João confessa a Elena onde guarda o dinheiro e, exausto, adormece entre os seus seios. Erro fatal. Horror, horror!
João de Deus acorda pela manhã com bestiais apetites. Demasiado tarde. Descobre que Elena desapareceu, levando todo o seu dinheiro e, pior do que isso, sem deixar pentelho. Como uma desgraça nunca vem só, uma patrulha da Guarda Republicana, coadjuvada por uma acirrada matilha de pastores alemães, vasculha a pente fino a propriedade e, num picadeiro, desencanta um verdadeiro arsenal de guerra.
João de Deus, evidentemente suspeito, é algemado e conduzido sob escolta, até um gabinete da Polícia Judiciária, onde é submetido a um interrogatório. É enclausurado em regime de prisão preventiva num ailo psiquiátrico que, aliás, conhece razoavelmente bem. Após uma entrevista com o Director da instituição, um velho conhecido para quem o seu dossier é familiar, dá-se conta, uma vez mais, que ninguém acredita na proveniência divina da sua fortuna. De resto, ele também não…
No espaço arquitectónico circular em que é fechado, julga rever o Enviado de Deus, mas este não o reconhece ou, o que vem a dar ao mesmo, finge não o reconhecer. Diz a João de Deus que é o Cristo depois da Ascensão e nega ter-lhe dado dinheiro.
No tribunal, diante dos juízes, João de Deus comete um acto de desobediência e declara-se inocente, mau grado os seus pecados. É condenado a uma pena de cadeia, durante a qual recebe a visita de Joana.
Purgada escrupulosamente a pena, Joana espera João de Deus à saída da prisão. Partem. Joana anuncia o fim da comédia.
A terceira edição do Cinemalogia – Da Ideia ao Filme, promovido pelo Festival Caminhos Cinema Português, arranca no próximo sábado, dia 30. Começamos pelas bases da História do Cinema, leccionado por Fausto Cruchinho e no domingo abordaremos a Introdução à Linguagem Cinematográfica leccionado por Rita Capucho.
Fausto Cruchinho é licenciado em Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) em 1982. Mestre em Estudos Cinematográficos e Audiovisuais em 1995 pela Université Paris VIII Vincennes – Saint-Denis. Docente entre 2002 e 2012 na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Doutor em Estudos Artísticos em 2013, pela Universidade de Coimbra. Investigador Integrado do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20).
Rita Capucho é doutoranda em Estudos Artísticos, especialização em Estudos Fílmicos e da Imagem na Universidade de Coimbra. Mestre em Estudos Artísticos pela Faculdade De Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). É membro da Comissão Organizadora da Avanca | Cinema – Conferência Internacional Cinema – Arte, Tecnologia, Comunicação, da direcção da Debatevolution – Associação e produtora editorial do International Journal of Cinema. Membro da Associação de Investigadores da Imagem em Movimento (AIM), do European Network for Cinema and Media Studies (NECS) e do Grupo Poético de Aveiro (GPA). Actualmente desempenha funções como produtora no Cine Clube de Avanca (CCA).
No dia 28 de de Novembro o Ciclo “20 Anos de Cinema Português” irá exibir a adaptação do conto de Branquinho da Fonseca “O Barão”, realizada em 2011 por Edgar Pêra. A exibição decorrerá no Mini-Auditório Salgado Zenha às 22:00. Entrada Livre.
EDGAR PÊRA
Edgar Pêra, nasceu em Lisboa, a 19 de Novembro 1960. Edgar Pera e um dos mais importantes e originais representantes da actual geração de realizadores experimentais portugueses. Mas o seu trabalho tem sido exibido internacionalmente. Começou por estudar Psicologia mas em 1981 abandona o 4o Ano da Faculdade de Psicologia de Lisboa para ingressar no curso da Escola Superior de Cinema do Conservatório de Lisboa, que termina em 1984. Começa então a escrever ficções para cinema, televisão, radio, imprensa e publicidade. Até 1990 realiza sobretudo filmes video-clip e programas de radio. No principio desse ano estreia no Fantasporto a sua primeira curta-metragem oficial, rodada nas ruinas do Chiado. Desde então continua a filmar em diferentes formatos (vídeo e filme) para diferentes meios (cinema, televisão, instalações e espectáculos),viajando entre o vanguardismo e a tradição popular.
Festivais & Prémios
XVIII Caminhos do Cinema Português – Melhor Argumento Adaptado – Melhor Fotografia – Melhor Caracterização – Melhor Montagem
Globos de Ouro – Melhor Actor
Rotterdam International Film Festival – Official Selection SPECTRUM
Intérpretes
Nuno Melo Barão
Marcos Barbosa Inspector
Leonor Keil Idalina
Mariana Albuquerque Professora
Paula Só Avó
Jorge Prendas Mestre Alçada
Rogério Rosa Criado da Taberna
Vitor Correia
Miguel Sermão
O BARÃO
2011, 91′
Numa natureza insólita, um inspector viaja até uma aldeia para redigir um relatório. Num sufoco kafkiano, amedronta a professora. Surge o Barão, troca-se de papeis e o inspector é arrastado para um gigantesco solar. Aí, o Barão bebe e discursa sobre cavalos doutorados e mulheres que trocou com o pai. Brinda-se
a uma mulher, num castelo. Chora-se. Idalina serve o jantar. Domina. Muito álcool. Inspector com visão toldada. Tempo dilatado. Ribomba. O salão enche-se de estranhos embuçados, uma tuna com rituais dionisíacos. Dançam de roda. Vertigem e crescendo de loucura. O Barão tomba! Ergue-se purificado e vai ao Castelo da Bela-Adormecida. Sombras e suspense. O inspector, escorraçado por Idalina, está perdido e raivoso. Adormece a fumar e sonha com o Inferno e a Tuna acorrentada. Acorda no fumo, sebastianicamente salvo pelo Barão. Mais brindes, choro e confissões. Num jardim, que parece dos suplícios, pisam flores ao procurar rosas. Macrofotografia. Sangue nas mãos. Nos espinhos. Figuras na noite. O barão dispara. Fita-se o brilho demoníaco dos olhos de cães com aterradoras mandíbulas.
Há um conflito entre bêbedos. O Barão desaparece com uma rosa branca e o inspector é asfixiado e lambuzado pelas enormes línguas dos cães. Nojo. Desespero. De madrugada, o Inspector compra um burro. Perde-se no horizonte. Final bucólico, patético. Cómico. Epílogo. O inspector descobre que o Barão foi alvejado. Mas deixou a rosa na janela. A Tuna ressoa no solar.
António Ferreira nasceu em Coimbra em 1970. Inicia-se profissionalmente como programador informático, profissão que viria abandonar em 1990, quando se muda para Paris. Em 1994 ingressa em Lisboa, na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC). Em 1996, muda-se para a Alemanha para estudar na Academia de Cinema e Televisão de Berlim (dffb). Em 2000, ganha notoriedade com a curta metragem “RESPIRAR (debaixo d’água)” que o levou até ao Festival de Cannes e com a qual ganhou vários prémios em diversos festivais internacionais. Em 2002, estreia-se na longa metragem com “Esquece tudo o que te disse”, que se tornou num dos filmes portugueses mais vistos em Portugal nesse ano. Em 2007 estreia a curta curta-metragem “Deus Não Quis”, com a qual ganha mais de uma dezena de prémios internacionais. Em 2010 estreia a sua segunda longa-metragem “Embargo”, uma adaptação de José Saramago. Em 2011 encena a sua primeira peça de teatro “As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant” de Fassbinder, para o Teatro Nacional D. Maria II. Em 2012 realiza o filme “Posfácio nas confecções Canhão” no âmbito de Guimarães Capital Europeia da Cultura. É membro fundador e da direcção da Academia Portuguesa de Cinema.
Dirige actualmente a sua produtora Persona Non Grata Pictures, com a qual produz ficção e documentários dos mais diversos realizadores.
Festivais & Prémios
-XVII Caminhos do Cinema Português – Prémio de Melhor Argumento Adaptado –
Fantasporto 2010 – Menção Honrosa do Jurí Internacional
EMBARGO
2010, 83′
A partir da obra homónima de José Saramago.
Nuno é um homem que trabalha numa roulotte de bifanas, mas que inventou uma máquina que promete revolucionar a indústria do calçado – um digitalizador de pés. No meio de um embargo petrolífero e deparando-se com uma estranha dificuldade, Nuno tenta obstinadamente vender a máquina, obcecado por um sucesso que o fará descurar algumas das coisas essenciais da sua vida. Quando Nuno fica estranhamente enclausurado no seu próprio carro e perde uma oportunidade única de finalmente produzir o seu invento, vê subitamente a sua vida embargada…
Ficha Técnica
Realização António Ferreira
Produção Persona Non Grata Pictures
Co-Produção Vaca Films (Espanha) Diler e Associados (Brasil) Sofá Filmes (Portugal)
Produtores Tathiani Sacilotto António Ferreira
Produtores Associados Borja Pena Emma Lustres Diler Trindade.
Elenco Filipe Costa Cláudia Carvalho Pedro Diogo Fernando Taborda José Raposo Miguel Lança Eloy Monteiro
Argumento Tiago Sousa, a partir da obra homónima de José Saramago
Fotografia Paulo Castilho
Música Original Luís Pedro Madeira
Produção Executiva Tathiani Sacilotto
Financiamento ICA IBERMEDIA Ministério da Cultura
Master Session “A influência da Literatura no Cinema”
Ana Paula Arnaut
Ana Paula Arnaut nasceu a 12 de Junho de 1964. É doutorada com agregação pela Universidade de Coimbra, onde lecciona Literatura Portuguesa Contemporânea. Publicou Memorial do Convento. História, Ficção e Ideologia (1996), Post-Modernismo no Romance Português Contemporâneo: Fios de Ariadne-Máscaras de Proteu (2002); Homenagem a Cristóvão de Aguiar: 40 anos de vida literária (2005) (org.), José Saramago (2008), Entrevistas com António Lobo Antunes. 1979-2007. Confissões do Trapeiro (ed.) (2008), António Lobo Antunes (2009), António Lobo Antunes: a Crítica na Imprensa. 1980-2010. Cada um Voa como Quer (ed.) (2011). As mulheres na ficção de António Lobo Antunes. (In)variantes do feminino) (2012). Tem também artigos publicados em inúmeras revistas nacionais e internacionais.
António Apolinário Lourenço
É professor de Literatura e Cultura espanholas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Na mesma Faculdade, coordena o Mestrado em Estudos Literários e Culturais e o Grupo de Investigação “Literatura sem Fronteiras do Centro de Literatura Portuguesa (CLP). Para além da publicação de diversos artigos e recensões críticas em publicações especializadas, é autor ou editor de vários livros publicados em Portugal e Espanha, entre os quais uma História da Literatura Espanhola (1994, em colaboração com Eloísa Álvarez), uma Historia de la Literatura Portuguesa (2000, coeditor, com José Luis Gavilanes), Identidade e alteridade em Fernando Pessoa e Antonio Machado (1995), Eça de Queirós e o Naturalismo na Península Ibérica (2005), Estudos de literatura comparada luso-espanhola (2005), Fernando Pessoa (2009), Guia de leitura. Mensagem de Fernando Pessoa (2011) e Poderes y Autoridades en el Siglo de Oro: Realidad y Representación (2012, coeditor com Jesús M. Usunáriz).
Gerson Roani
É Professor Adjunto de Literatura Portuguesa no Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Licenciou-se em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. É Doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desenvolve e orienta pesquisas relacionadas à área dos estudos literários portugueses. É autor dos livros: O romance português contemporâneo: história, memória e identidade (PPGLET-UFV), Saramago e a escrita do tempo de Ricardo Reis (Scortecci Editora), No limiar do texto: literatura e história em José Saramago (Annablume), Literatura e Judaísmo: o rosto judeu de Borges (Editora da UFRGS), Intertextos no barroco brasileiro (Editora da URI) e também co-autor do livro Memória da narrativa: olhares sobre os clássicos (Navona Editora). Seus interesses de investigação incidem sobre a Literatura Portuguesa contemporânea. Atualmente, como bolsista de Estágio Sênior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), realiza estágio de Pós-Doutoramento na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra sob a orientação da Prof. Dra. Ana Paula Arnaut.
Esta quinta-feira, dia 14 de Novembro, na sessão do Ciclo ’20 Anos de Cinema Português’ serão exibidos os filmes A Bruxa de Arroios do realizador coninbricense Manuel Pureza e Balas & Bolinhos de Luís Ismael. A diversão estará garantida assim como a presença do realizador e actor Luís Ismael (Tone) e do actor Jorge Neto (Rato), ambos do Balas & Bolinhos.
A sessão tem início às 22 horas, no Mini-Auditório Salgado Zenha. A entrada é gratuita.
A Bruxa de Arroios | Manuel Pureza | 2011
Quando chegamos a velhos já não amamos ninguém. Jogamos um jogo para ver quem morre primeiro.
Realização Manuel Pureza
Argumento Ricardo Oliveira
Director de Som Diana Meireles
Música João Firmino
Fotografia Ruy Brazão
Produção Coyote Vadio
Elenco Rita Blanco José Martins
Biografia do Realizador Coimbra, Portugal, 1984 Licenciou-se em Realização na ESTC em 2006. Desde 2003 que trabalha em cinema, tendo começado por ser assistente de realização de vários realizadores portugueses e estrangeiros. Como realizador assina várias curtas-metragens – A Máquina (2002), Os Conquistadores (2004 – vencedor do prémio “O Castelo em Imagens”), Room/Mate (2007 presença no primeiro Motelx), Linhas de Sangue (2011 em competição no Motelx) – e bastantes videoclips desde 2002, tendo em 2009 começado a realizar ficção para televisão. Em 2013 conta estrear a sua primeira longa-metragem “10 em Linha”, já em produção.
Balas e Bolinhos | Luís Ismael | 2001
O Tone voltou e está com umas ideias! A história de quatro pouco inteligentes criminosos à portuguesa. Tone, a mente brilhante do crime, sai da prisão e chama os seus antigos companheiros. Desta vez é que vai ser!… vai haver dinheiro como “merda” a jorrar… E porque o Tone é demais!… os seus companheiros de “armas” seguem-no Balas & Bolinhos provavelmente o melhor filme português… a seguir a todos os outros.
Realizador Luís Miguel Ismael
Argumento Luís Miguel Ismael
Fotografia Sílvio Rocha
Som José Barbosa
Intérpretes Jorge Neto Luís Miguel Ismael João Pires Iolanda Gonçalves Miguel Ambrósio J.M.Barbosa João Pontes
Género Ficção
Duração 62’
Produtor J. D. Duarte
Produção Associação de Artes Cinematográficas de Valongo
Esta semana, a 7 de Novembro, o Ciclo 20 Anos de Cinema Português irá exibir a segunda longa metragem da triologia das “Recordações da Casa Amarela” de João César Monteiro. A Comédia de Deus será exibida no Mini-Auditório Salgado Zenha às 22:00. Entrada Livre.
JOÃO CÉSAR MONTEIRO
Nascido na Figueira da Foz (1939), é uma das figuras mais relevantes do cinema português. Controverso e original como a sua obra, introduz nas suas primeiras obras o conceito de “antropologia visual”. Os seus filmes únicos ganharam um protagonismo internacional, tendo participado regularmente nos grandes festivais europeus. A trilogia do personagem João de Deus é talvez o mais consensual dos seus trabalhos – tendo o primeiro filme, Recordações da Casa Amarela, sido agraciado com o Leão de Prata do Festival de Veneza. A prestigiada revista Cahier du Cinema selecionou os outros dois filmes, A Comédia de Deus e As Bodas de Deus, entre os melhores 10 de 1996 e 1999, respectivamente.
Festivais & Prémios
– Veneza 1995 – Prémio Especial do Júri – Zurique 2002 – Museu de Zurique
Intérpretes
Cláudia Teixeira Joaninha
Max Monteiro João de Deus
Manuela de Freitas Judite
Raquel de Ascensão Rosarinho
A COMÉDIA DE DEUS
1995, 165′
Os dias do senhor João de Deus decorrem sem grandes sobressaltos, divididos entre o seu trabalho no “Paraíso de Gelado” onde, a contento de todos, desempenha as funções de encarregado e de inventor da especialidade da casa, o famoso gelado “Paraíso”, que faz as delícias da clientela, e a sua casa, onde, paralelamente aos trabalhos domésticos, ocupa as suas horas de ócio, quase sempre solitárias, a coleccionar pentelhos femininos, num precioso album a que chama “Livro dos pensamentos”.
As raparigas de origem modesta constituem o pessoal do estabelecimento, são objecto dos cuidados permanentes do responsável, zeloso pelo cumprimento de regras básicas de higiene que não façam perigar a saúde pública.
Satisfeita com o curso do negócio, Judite, a patroa, sonha fundi-lo com uma empresa francesa e conta com os préstimos de João de Deus para impressionar favoravelmente um famoso geladeiro francês, vindo expressamente de Paris para provar a especialidade da casa. Os resultados são nulos e saldar-se-ão por um rotundo fracasso.
Entretanto, o comportamento de João de Deus – até aí sem falhas – começa a apresentar sintomas de desvios algo inquietantes. Que o digam a senhora arquitecta, Rosarinho e Virgínia.
Um belo dia, João de Deus encontra a Joaninha de olhos verdes, a filha do corpulento talhante da esquina e, depois de a ter atraído a sua casa, presenteia-a, não só com um banho de leite de vaca, como com tantas e tais guloseimas, que a menina se sente acometida de indisposição intestinal, o que, felizmente, graças a João de Deus, é passageiro.
O carniceiro progenitor, pretextando bestiais ofensas ao hímen de Joaninha, prepara-se para lavar a honra ultrajada num banho de sangue.
Hospitalizado de urgência, em estado considerado desesperado, João de Deus consegue, todavia escapar às garras de morte. Também Judite, desta vez, não se compadece: despedimento com justa causa.
De regresso a casa, aguarda-o um quadro devastador: uma montanha de destroços, tudo feito em cacos, o “Livro dos pensamentos” reduzido a cinzas.
Ficha Técnica
Realização e Argumento João César Monteiro
Director de Fotografia Mário Barroso
Montagem Carla Bogalheiro
Som Rolly Belhassen
Música Claudio Monteverdi Joseph Haydn Richard Wagner Johann Strauss Jr. Quim Barreiros Deushland Über Alles La Marseillaise Alma Negra
Mistura Jean-François Auger
Decoração Emmanuel De Chauvigny
Guarda-roupa Matilde Matos
Direcção de Produção Antónia Seabra
Produção GER — Grupo de Estudos e Realizações (Joaquim Pinto)
Uma co-produção Pierre Griesse Productions (Martine Marignac) Mikado Films (Robero Ciccuto) Zentropa Production (Peter Aalbaek Jensen) La Sept