No dia 28 de de Novembro o Ciclo “20 Anos de Cinema Português” irá exibir a adaptação do conto de Branquinho da Fonseca “O Barão”, realizada em 2011 por Edgar Pêra. A exibição decorrerá no Mini-Auditório Salgado Zenha às 22:00. Entrada Livre.
EDGAR PÊRA
Edgar Pêra, nasceu em Lisboa, a 19 de Novembro 1960. Edgar Pera e um dos mais importantes e originais representantes da actual geração de realizadores experimentais portugueses. Mas o seu trabalho tem sido exibido internacionalmente. Começou por estudar Psicologia mas em 1981 abandona o 4o Ano da Faculdade de Psicologia de Lisboa para ingressar no curso da Escola Superior de Cinema do Conservatório de Lisboa, que termina em 1984. Começa então a escrever ficções para cinema, televisão, radio, imprensa e publicidade. Até 1990 realiza sobretudo filmes video-clip e programas de radio. No principio desse ano estreia no Fantasporto a sua primeira curta-metragem oficial, rodada nas ruinas do Chiado. Desde então continua a filmar em diferentes formatos (vídeo e filme) para diferentes meios (cinema, televisão, instalações e espectáculos),viajando entre o vanguardismo e a tradição popular.
Festivais & Prémios
XVIII Caminhos do Cinema Português
– Melhor Argumento Adaptado
– Melhor Fotografia
– Melhor Caracterização
– Melhor Montagem
Globos de Ouro
– Melhor Actor
Rotterdam International Film Festival
– Official Selection SPECTRUM
Intérpretes
Nuno Melo
Barão
Marcos Barbosa
Inspector
Leonor Keil
Idalina
Mariana Albuquerque
Professora
Paula Só
Avó
Jorge Prendas
Mestre Alçada
Rogério Rosa
Criado da Taberna
Vitor Correia
Miguel Sermão
O BARÃO
2011, 91′
Numa natureza insólita, um inspector viaja até uma aldeia para redigir um relatório. Num sufoco kafkiano, amedronta a professora. Surge o Barão, troca-se de papeis e o inspector é arrastado para um gigantesco solar. Aí, o Barão bebe e discursa sobre cavalos doutorados e mulheres que trocou com o pai. Brinda-se
a uma mulher, num castelo. Chora-se. Idalina serve o jantar. Domina. Muito álcool. Inspector com visão toldada. Tempo dilatado. Ribomba. O salão enche-se de estranhos embuçados, uma tuna com rituais dionisíacos. Dançam de roda. Vertigem e crescendo de loucura. O Barão tomba! Ergue-se purificado e vai ao Castelo da Bela-Adormecida. Sombras e suspense. O inspector, escorraçado por Idalina, está perdido e raivoso. Adormece a fumar e sonha com o Inferno e a Tuna acorrentada. Acorda no fumo, sebastianicamente salvo pelo Barão. Mais brindes, choro e confissões. Num jardim, que parece dos suplícios, pisam flores ao procurar rosas. Macrofotografia. Sangue nas mãos. Nos espinhos. Figuras na noite. O barão dispara. Fita-se o brilho demoníaco dos olhos de cães com aterradoras mandíbulas.
Há um conflito entre bêbedos. O Barão desaparece com uma rosa branca e o inspector é asfixiado e lambuzado pelas enormes línguas dos cães. Nojo. Desespero. De madrugada, o Inspector compra um burro. Perde-se no horizonte. Final bucólico, patético. Cómico. Epílogo. O inspector descobre que o Barão foi alvejado. Mas deixou a rosa na janela. A Tuna ressoa no solar.
Ficha Técnica
Edgar Pêra
Director de Fotografia
Luís Branquinho
Montagem
Tiago Antunes
Director de Som
Tiago Raposinho
Guarda-Roupa
Susana Abreu
Caracterização
Jorge Bragada
Música
Vozes da Rádio
Produtor
Ana Costa
Co-Produtor
Rodrigo Areias
Produção
Cinemate