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Primeira longa-metragem realizada por uma mulher encerra Festival Caminhos

Trata-se de uma cópia restaurada da película que estreou em agosto de 1946, no Cinema Ginásio. Nesse mesmo ano, integrou a comitiva da primeira edição do Festival de Cannes. Para além de realizadora, Bárbara Virgínia é a protagonista de um filme que conta ainda com Linda Rosa, Maria Clementina, António Sacramento, Elvira Velez, Joaquim Miranda, Laura Fernandes, Jorge Gentil, Manuel Mariano, Casimiro Rodrigues, Álvaro Pires e António Marques.

Bárbara Virgínia, nome artístico de Maria de Lourdes Dias Costa, nasceu em Lisboa a 15 de novembro de 1923, tendo estudado, como atriz, no Conservatório Nacional de Lisboa. Começou a sua carreira artística e profissional na Emissora Nacional como declamadora e cantora lírica. Pouco depois integrou o grupo de bailado do Teatro São Carlos. A 25 de outubro de 1946 estreia-se no Teatro Maria Vitória, numa revista à portuguesa — na época era frequente participarem actores de formação clássica, como declamadoras — dizendo versos de Fernanda de Castro, Florbela Espanca, Catullo da Paixão Caerense entre outros.

Três Dias sem Deus (1946) de Bárbara Virgínia

Em 1952 emigra para o Brasil, onde faz carreira na televisão, rádio e teatro. Retira-se em 1963, aos 40 anos, dedicando-se à escrita e a um negócio na restauração. Bárbara Virgínia faleceu em 2015, em São Paulo.

Segundo o diretor de cinema Ricardo Vieira Lisboa, o filme “Três Dias sem Deus” está parcialmente perdido, restando dele apenas uma parte de banda de imagem sem banda de som, num total de 26 minutos arquivados no ANIM, num total de 868 metros de película de 35mm. Dos 102 minutos de filme que se estrearam em 1946 só se conservou menos que a quarta parte.

O acompanhamento musical do filme será feito por Marcelo dos Reis. Nascido em Lisboa em 1984, vive em Coimbra, onde tem desenvolvido a sua carreira musical no jazz, tendo já tocado com dezenas de músicos nacionais e internacionais.

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