O festival Caminhos do Cinema Português tem vindo a merecer a atenção e o apoio crescentes de variadas instituições regionais e nacionais, com um conjunto de iniciativas e actividades de relevância inegável, para a aproximação da sociedade portuguesa ao nosso cinema, estimulando a sua atenção e curiosidade, indo de encontro ao papel social, que acreditamos, que o festival Caminhos tem vindo a desenvolver e despertando consciências.
Programação
Após a sua XX edição o festival Caminhos continua a promover a cinematografia nacional. Durante o mês de dezembro promove o ciclo “20 Anos de Cinema Português”, com entrada livre, onde são exibidos alguns filmes mais marcantes de cada uma das suas edições. O festival propõe a todos os espectadores e cinéfilos uma experiência vasta de conhecimento das mais variadas obras portuguesas conseguindo proporcionar uma introspectiva do que é, o que foi e o que será o cinema português.
A semana que se iniciou a 14 de Novembro tem sido muito especial. Apesar de ter coincidido com uma sexta-feira, a semana dos Caminhos é uma temporada fora do tempo comum. É-o para mim, para todos os elementos da organização e colaboradores, realizadores e actores, artistas em geral, e cinéfilos.
O sentimento que sobresai de toda esta semana, deverá ser gratidão. Gratidão por toda esta colaboração intensa de todos os envolvidos, sem esquecer os nossos patrocinadores que foram fundamentais para manter viva a chama do festival. A nossa equipa é composta primordialmente por voluntários, cujo principal retorno que têm é ver cumprida a sua tarefa de salvaguarda cultural deste projecto.
Sábado, 22, foi o último dia da XX edição do Festival Caminhos do Cinema Português, que culminou com a Cerimónia de Entrega de Prémios, no TAGV, em Coimbra. A Gala de Encerramento contou com a presença em palco de Soraia Chaves e Vicente Alves do Ó, representantes do Júri da Selecção Caminhos. Jorge Pelicano, realizador de “Pára-me de Repente o Pensamento”, foi três vezes galardoado durante o serão.
Ver cinema poderá ser catarse, seja esta pelo riso, pelo choro ou mesmo pelo medo. São esses sentimentos criados dentro do espectador, aquando da exibição de um filme, que o fazem esquecer ou cristalizar na sua memória certas obras.
Consideramos o Cinema Português uma obra elaborada por várias mãos. É interessante reparar no fenómeno de novos realizadores que brotam anualmente, com interessantes produções que merecem ser mostradas. Não é por acaso que surgiu a categoria ‘Selecção Novíssimos’ que tem no seu cerne a ideologia de mostrar primeiras obras, cuja inspiração é variada.
A capacidade de documentar vai para além do captar o óbvio. São vários os artistas que documentam o seu próprio país e o mundo que os rodeia, sob uma perspectiva de mostrar aquilo que ainda não foi visto. Partilhar aquilo que a massa desconhece.
O mundo onírico servirá sempre de inspiração aos nossos artistas, não é por acaso que se despertou automaticamente a temática ‘Sonhar e Ficcionar em Português’, em que o mundo dos sonhos e da ficção criada entram em completa harmonia. O mundo ideal pode, assim, ser sonhado e ficcionado em cinema.
Começamos o segundo dia do festival com a abertura da temática ‘Preconceito e Cegueira Moral’, que tem como objectivo alertar a nossa audiência para ideias pré-concebidas que detenham, mostrando-lhe realidades que por vezes são desconhecidas.