Orson Welles, de Luís Azevedo
Outros Olhares – 29/11/2018 – 18:00
Mini-Auditório Salgado Zenha – Piso 0 AAC
As contradições de Orson Welles foram gravadas em película mais de cem vezes, ao longo de meio século de carreira. Welles sempre teve o desejo – muitas vezes gorado – de interpretar personagens diferentes de si mesmo. Interpretou homens corpulentos de sessenta anos quando era um jovem atlético com um quarto de século, apenas para se tornar um gordo de sessenta anos pouco depois de comemorar cinquenta. A soma destes papéis resulta numa obra heterogênea que vale a pena estudar e, para os meus propósitos, é prenhe para recontextualizações. No âmago do ensaio audiovisual (o trabalho que aqui proponho), existe o biltre compromisso de rearranjar o passado num sistema de edição não-linear para o tornar presente. Dificilmente poderia desejar melhor matéria-prima do que o acervo de um homem que desprezava qualquer noção linear de tempo.