Passados 3 anos desde a sua abertura, a Casa do Cinema de Coimbra mostra que é possível a recuperação dos (antigos) cinemas de rua, espaços tradicionais de cinefilia, restaurando a sua função cultural e recuperando os hábitos de proximidade das pessoas com a sétima arte. Com uma programação diária, a casa tornou-se um espaço privilegiado  para acompanhar a produção nacional e europeia, proporcionando aos espectadores o estreito contacto com realizadores, atores e produtores ao longo de todo o ano. 

Os desafios que se apresentam hoje são vastos e obrigarão a um grande interregno enquanto se aposta na requalificação efectiva da sala com melhores condições de acessibilidade, segurança, isolamento acústico e conforto térmico. Celebrando este terceiro aniversário, reiteramos o nosso compromisso com os espectadores para promover uma oferta de qualidade e, também fora de portas, promover na região uma maior acessibilidade à sétima arte. 

De 09 a 15 de maio, o aniversário é celebrado na sala da Casa do Cinema de Coimbra e no Auditório Salgado Zenha (AAC). Na quinta-feira, estreamos os filmes ”Ainda Temos o Amanhã”, o sucesso italiano de Paola Cortellesi sobre a luta das mulheres por uma sociedade mais igualitária, “Um Casal” de Frederick Wiseman, um monólogo de Sofia sobre a longa relação com o seu marido, Lev Tolstói, e ainda, “O Sabor da Vida”, de Tran Ahn Hung, protagonizado por Juliette Binoche e Benoît Magimel. 

Na segunda-feira, 13 maio, é apresentado em ante-estreia “A Natureza do Amor”, de Monia Chokri, um filme canadiano que retrata um amor improvável. Estreado no início do mês, também estará em exibição a última longa-metragem do realizador romeno Radu Jude, “Não Esperes Demasiado do Fim do Mundo”, uma sátira aos comportamentos da sociedade contemporânea.

Em conjunto com o Centro de Estudos Cinematográficos, resgatamos Os Filmes Que Não Estreámos, dando uma segunda oportunidade a obras que não foram exibidas: “Dias Perfeitos” de Wim Wenders, o documentário de Gregory Monro “Kubrick por Kubrick” e “O Rapaz e a Garça” do histórico animador japonês Hayao Miyazaki. O Fila K Cineclube alia-se ao i5 – Festival de Vídeo Escolar e apresenta uma sessão de filmes produzidos em contexto escolar.

Com o IndieLisboa, exibimos os filmes que marcaram a última edição do festival, “Um Lugar Seguro” de Juraj Lerotic, “Aqui” de Bas Devos, “Algo Que Disseste a Noite Passada” de Luis De Filippis, e “A Barragem” de Ali Cherri. Depois do périplo pelos festivais, regressam às salas as curtas-metragens portuguesas que se destacaram no último ano, “Natureza Humana” de Mónica Lima, “2720” de Basil da Cunha e “Corpos Cintilantes” de Inês Teixeira, no programa Entre Muros: 3 Curtas Portuguesas, proposto da Agência da Curta-metragem.

Em parceria com a Eugin, refletimos sobre fertilidade com uma sessão de entrada livre com o filme “Os Filhos do Outros”, de Rebecca Zlotowski, seguida de conversa com Madalena Alarcão, no sábado, às 18h30. Na terça-feira à noite, o cinema leva-nos ao direito penal com “A Acusação”, de Yvan Attal, numa parceria com a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Secção de Ciências Jurídico-Criminais, que promovem uma conversa pós-sessão com Teresa Letras (Advogada; Presidente do Conselho Regional de Coimbra da Ordem dos Advogados) e Nuno Lemos Jorge (Juiz de Direito; Assessor do Tribunal Constitucional), moderada por Pedro Caeiro (Professor de Direito Penal da FDUC).

A par de todas as novidades, mantêm-se em exibição “Ryuichi Sakamoto | Opus” de Neo Sora, um registo do último concerto de Sakamoto, “Guerra Civil” de Alex Garland, uma reflexão sobre fotojornalismo em contexto de guerra, e “A Sombra de Caravaggio”, de Michele Placido, sobre a história deste que foi um dos mais brilhantes pintores italianos.