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Gala de Encerramento

Não percas, hoje às 22h no TAGV a Gala de Encerramento da XVII edição Caminhos do Cinema Português, com a entrega dos prémios e exibição de alguns dos filmes premiados.

Assim poderemos rever:
Curta Metragem – Vicky & Sam de Nuno Rocha
Animação – Viagem a Cabo Verde de José Miguel Ribeiro
Longa Metragem – Um Funeral à Chuva de Telmo Martins

Assiste ainda à actuação do Grupo de Cordas e de Erica Buettner!

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Premiados

Premiados da XVII edição dos Caminhos do Cinema Português:

Júri Oficial

Grande Prémio Cidade de Coimbra – 48 de Susana de Sousa Dias
Melhor Longa Metragem – Um Funeral à Chuva de Telmo Martins
Melhor Curta Metragem – Vicky & Sam de Nuno Rocha
Melhor Animação – Viagem a Cabo Verde de José Miguel Ribeiro
Melhor Documentário – Pare, Escute, Olhe de Jorge Pelicano
Prémio Revelação – O Conto do Vento de Cláudio Jordão

Júri Caminhos

Melhor Actor: Ivo Canelas no filme “Desavergonhadamente Real”
Melhor Actor Secundário: Nuno Lopes no filme “Efeitos Secundários”
Melhor Actriz: Rita Martins no filme “Efeitos Secundários”
Melhor Actriz Secundária: Beatriz Batarda no filme “Como Desenhar um Círculo Perfeito”
Melhor Realizador: Gonçalo Galvão Teles no filme “Senhor X”
Melhor Direcção Artística: Artur Pinheiro no filme “Como Desenhar um Círculo Perfeito”
Melhor Argumento Original: Nuno Rocha no filme “ Vicky e Sam”
Melhor Argumento Adaptado: Tiago Sousa no filme “Embargo”
Melhor Fotografia: Pedro Patrocínio e Frederico Miranda no filme “Memórias de Fogo”
Melhor Guarda-roupa: Susana Jacobetty no filme “Kinotel”
Melhor Caracterização: Maria Almeida (Nani) no filme “Kinotel”
Melhor Montagem: João Braz no filme “Fantasia Lusitana”
Melhor Som: Pedro Lima no filme “Viagem a Cabo-Verde”
Melhor Banda Sonora: Bernardo Sassetti no filme “Como Desenhar um Círculo Perfeito”

Júri Ensaios Visuais
Prémio Ensaios Visuais – Sinfonia dos Loucos de Vasco Mendes
Menção Honrosa – Ida de Retorno de Lourenço Viana

Júri da Federação Internacional de Cineclubes
Prémio D. Quijote – 48 de Susana de Sousa Dias
Menção Honrosa – Senhor X de Gonçalo Galvão Teles

Júri de Imprensa

Prémio de Imprensa – Um Funeral à Chuva de Telmo Martins

Prémio do Público Chama Amarela
Um Funeral à Chuva de Telmo Martins

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Apresentação do Filme Sofia e a Educação Sexual

O movimento “Novo Cinema Português” teve início na década de 60, como posição assumida por 1 geração de jovens cineastas, de que se podem pioneiros a ficção Dom Roberto, de Ernesto de Sousa, realizado em 1962, e o documentário Almadraba Atuneira, de António Campos, de 1963.
Dom Roberto que contou com Raul Solnado, Nicolau Breyner e Rui Mendes, entre outros, foi produzido através dum movimento cineclubista lançado por Ernesto de Sousa através da revista Imagem, estreou em Lisboa, no Cinema Império a 30 de Maio e em 1963 receberia a consagração de Cannes com 1 ‘Menção Especial do Júri’.
Almadraba Atumeira é um trabalho independente de um dos mais marcantes documentaristas portuguêses que produziu a quase totalidade da sua obra na área do documentarismo, com meios próprios e a expensas próprias.
O filme que a seguir vamos ver, Sofia e a Educação Sexual, de Eduardo Geada, com Io Appolloni, foi um dos muitos proibidos pela Censura e que, embora produzido em 1973, apenas estreou em 1 de Outubro de 1974, no Estúdio 444, em Lisboa.
O movimento “Novo Cinema Português” teve início na década de 60, como posição assumida por uma geração de jovens cineastas, de que se podem pioneiros a ficção Dom Roberto, de Ernesto de Sousa, realizado em 1962, e o documentário Almadraba Atuneira, de António Campos, de 1963.

Dom Roberto que contou com Raul Solnado, Nicolau Breyner e Rui Mendes, entre outros, foi produzido através dum movimento cineclubista lançado por Ernesto de Sousa através da revista Imagem, estreou em Lisboa, no Cinema Império a 30 de Maio e em 1963 receberia a consagração de Cannes com uma ‘Menção Especial do Júri’.
Almadraba Atumeira é um trabalho independente de um dos mais marcantes documentaristas portuguêses que produziu a quase totalidade da sua obra na área do documentarismo, com meios próprios e a expensas próprias.O filme que a seguir vamos ver, Sofia e a Educação Sexual, de Eduardo Geada, com Io Appolloni, foi um dos muitos proibidos pela Censura e que, embora produzido em 1973, apenas estreou em 1 de Outubro de 1974, no Estúdio 444, em Lisboa.

 

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Crónica “Caminhos Júniores”

– Crónica de Opinião –

Os mais novos ao cinema com os “Caminhos Júniores”. Começaram na manhã de segunda-feira, no TAGV, os “Caminhos Juniores” que decorrerão até dia 23 e levarão ao cinema cerca de 5000 crianças, muitas delas, para assistirem pela primeira vez às imagens em movimento, num grande ecrã.

O programa para os mais novos foi objecto duma criteriosa selecção das muitas animações em que o nosso país é pródigo, um género em que surgem regulamento novos talentos e se vão somando os prémios conquistados em todo o mundo.

Ao longo de uma hora, os jovens espectadores virão sucessivamente “Zé Pimpão, o Acelera” de André Letria, “Zé e o Pinguim” de Francisco Lança. “Mr. Cat” e “Mr. Cat II” de Maria Estrela Lourenço, “Ema e Guy” de Nuno Beato, “Um Gato sem nome” de Charlie Blue, “Voa, voa num prédio de Lisboa” de Joana Toste, “Os Irmãos Desastre III” de Vítor Lopes e “O Relógio de Tomás” de Cláudio Sá.

Algumas destas animações integram a competição oficial, como é o caso de “Ema e Guy” ou “O Relógio de Tomás” ou “Voa, voa num prédio de Lisboa”, mas todas se reúnem a qualidade à indispensável adequação aos espectadores mais novos que também contam com outros atractivos como balões, fruta e chocolates, oferta de patrocinadores, numa operação coordenada por Lúcia Moutinho.

Os jovens espectadores são alunos de escolas que, mediante marcação prévia, são trazidos até ao TAGV em autocarros alugados pela organização, com os apoios da Câmara Municipal de Coimbra e da empresa Transdev, transportadora oficial dos “Caminhos Júniores”. Esta operação que se tem vindo a afirmar desde há 7 anos no âmbito dos Caminhos do Cinema Português, visa formar novos públicos, abrindo o caminho futuro ao cinema português, ajudando a dar resposta à questão que o próprio presidente do ICA nos colocava no dia de abertura desta 17ª edição: “ganha a batalha da produção, só nos falta ganhar a do público”.

Esta é uma das respostas possíveis, a resposta dos Caminhos do Cinema Português.

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Apresentação do Filme Berlarmino

Fernando Lopes, um dos mais proeminentes cineastas da geração responsável pelo movimento “Novo Cinema Português” começou por ser um dos pioneiros da RTP, onde desempenhou numerosas funções ao longo de décadas, estreando-se na realização em 1961 com o documentário As Pedras e o Tempo e sendo o seu mais recente filme Os Sorrisos do Destino, de 2009.

Ao que parece, começará a rodar lá para Março, sabe-se lá o quê, porque não consegue fazer 2 filmes parecidos, contando com 30 títulos feitos ao longo de 48 anos, sob os temas mais diversos, mas sempre, sempre cm um inconfundível “olhar à Fernando Lopes” que os seguidores da sua a obra conhecem e amam.

Em 1972 fez um filme notável que poderá ter, até hoje, a melhor fotografia a preto e branco do cinema português: Uma Abelha na Chuva, com a direcção de fotografia de Manuel Costa e Silva.

Em 1964, fizera já o que é considerado um documentário de excelência que se mantém vivo, como se tivesse siso rodado ontem: Belarmino, a história dum ex-boxeur, do percurso desde engraxador de rua a campeão nacional e o seu regresso ao estado de miséria original, como assador de frangos na feira popular, onde eu e o próprio Fernando Lopes, conversámos com ele pela última vez.

O filme conta com uma infinidade de peculiaridades na ficha técnica e artística, desde o operador de reportagens televisivas Augusto Cabrita, outro nome a reter na nossa memória cinéfila, ao produtor António da Cunha Telles, de que ontem vimos O Cerco.

Mas passam por este documentário nomes como as fadistas Maria Teresa de Noronha e Júlia Buisel, o sax barítono Jean Pierre Gebler, Manuel Jorge Veloso como autor da música, Fernando Matos Silva como realizador assistente, Elso Roque no departamento eléctrico e de câmaras e até Baptista Bastos, como colaborador.

Mas o que faz de Belarmino um trabalho soberbo é o precioso olhar de Fernando Lopes e a ternura com que trata um looser, eternizando-o na tela como, e repetimos ”o ex-boxeur que poderia ter sido grande”.

Quem viu The Lovebirds, de Bruno de Almeida, decerto reconheceu a referência a Belarmino, quando o agora actor Lopes, no papel de realizador, chora no ombro do produtor, interpretado por Joe Berardo, numa cena imperdível e mais do que justa homenagem ao documentário que vão ver a seguir.

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Crónica “Workshops”

– Crónica de Opinião –

Trabalha-se nos workshops dos “Caminhos do Cinema Português” e foram quatro os que permitiram a cerca de 70 participantes aumentarem os conhecimentos numa área da sua predilecção e praticarem nas matérias escolhidas.

Coube a Hugo Moutinho o papel de formador em “Edição de Imagem”, onde se abordou a montagem edição não linear.
Pretende-se que este seja um espaço de introdução às técnicas de montagem e edição não linear em que se pretende facultar ao formando noções introdutórias de programas como o Adobe Premiere, recorrendo a pequenos exercícios de edição. É objectivo do workshop a evolução através da edição prática dos programas, até à execução de exercícios avançados de montagem com transições e efeitos visuais.
O workshop”Vídeo, Acção e Intervenção”, lança o desafio “Protesta, age e reage! Vem aprender”.

E dá o mote do que se propõe fazer, esclarecendo que “O vídeo digital veio revolucionar a produção de novos conteúdos. As novas abordagens tecnológicas e os paradigmas de construção de uma obra cinematográfica serão os principais motes de uma formação orientada pelo realizador Miguel Marques. Da pré-produção, passando pela rodagem até à pós-produção, os formandos poderão contactar com o intenso mundo da produção profissional de cinema”.

Com o workshop “Cinematografia em Cinema Digital”, cabe ao cinematógrafo Miguel Alves abordar a “Fotografia no Cinema”.
A aquisição de imagens distingue a qualidade fotográfica de uma obra cinematográfica. Neste workshop, o formando tem contacto com os princípios básicos de fotografia aplicada ao cinema. Da relação entre a câmara e o argumento, até aos exercícios de design de iluminação, os formandos estão a adquirir uma sólida formação em cinematografia.

Por fim, “Produção e Realização Vídeo” introduz os formandos à actividade de “produzir cinema em equipa”, sob a orientação de José Luís Gonçalves. A partir de um tema dado, os formandos são convidados a, em grupo, produzir uma curta-metragem de 3 a 5 minutos. Sendo o género livre, pretende-se que, no grupo, contactem com os vários processos inerentes à produção audiovisual, da escrita ao produto final, com o trabalho em equipa e a inerência de cada função.

Com esta oferta de opções todas ligadas à essência do festival, o Cinema, os “Caminhos” cumprem uma função que deveria ser assumida em pleno por estruturas educativas, desde a escola primária, passando por autarquias e outras instituições.

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Crónica Quando os Sentimentos

– Crónica de Opinião –

Quando os Sentimentos e as Ideias vão ao Cinema

No constante deambular entre festivais e até chegar a Coimbra passei sucessivamente por San Sebastian, FIKE e Faial, por onde foi tema comum, ouvido de cineastas de todos os cantos do mundo, a escassez de dinheiro para a Cultura, o Cinema, a Vida. Mas isso não impediu ninguém de fazer filmes, mesmo que tivesse de transformar a família em equipa  de produção, como fez Bahman Ghobadi, ou andar a pedir de porta em porta, como me relatou uma jovem cineasta independente norte-americana.
Em Portugal, há o ICA, Instituto do Cinema e do Audiovisual, cujos jurados cumprem directivas absurdas para tentar atribuir subsídios a produtores que se limitam a concorrer à “sopa dos pobres”, sem terem de apresentar resultados, nem justificarem o bom o mau resultado das obras produzidas que apenas os poderão penalizar no concurso seguinte.

Para que a “velha guarda” continue a fazer os seus filmes, mesmo que (quase) ninguém os vá ver, ficam de fora os mais jovens que “ainda não deram provas” (e por esta via nunca darão) e não têm a sorte de ser produzidos por alguém com cotação elevada que, uma vez atingida, tem a vidinha garantida para si, a família e os amigos.

Antes de vir para Coimbra, assisti no Faial à exibição duma encomenda da Casa de Serralves, “Os Painéis de São Vicente de Fora”, trabalho do quem lera referências elogiosas de figuras nobres da nossa crítica.No ecrã exibiu-se um dos piores actores portugueses da actualidade, tranvestido em São Vicente e pouco depois um Infante Dão Henrique, no corpo de Diogo Dória, rodeados dum conjunto de personagens de segundo plano que conseguiram desencadear sonoras gargalhadas da assistência ao longo dos 16 minutos em que se arrasta interminavelmente.

O filme é uma tentativa de resposta à questão elevada e centenária do realizador sobre porque raio o Vicente aparece num dos dois painéis centrais com o livro fechado debaixo do braço e no outro com o livro aberto. O Faial ficou esclarecido e a comédia foi um pleno sucesso. O filme foi tema da noite a e a cerveja o resto.

O filme não está presente nos Caminhos do Cinema Português, o que é lamentável, como não está o mais recente de Margarida Gil que não o inscreveu e critica desbragadamente em tudo quanto é blog público o desprezo a que foi votada, do mesmo modo que a produtora Marginal Filmes, agora abrilhantada com o Oliveira Jr. bancando de “sniper”, também acusa os “Caminhos” de terem cortado as pernas a Quero Ser Uma Estrela, potencialmente o “maior sucesso português do cinema de todos os tempos”.
Ora isto é uma bolsito do chamado cinema português que, felizmente para todos nós, é algo mais do que isso.

Foi exibido em Coimbra Um Funeral à Chuva, de Telmo Martins, de que ouvira referências muito pouco abonatórias, coisas do tipo “macaquearam os Amigos de Alex” e outras, embora estranhamente ocupe a terceira posição do box-ofice dos nacionais.
Ora acontece que um filme sem o tradicional “chuto” de 700 mil euros, nem sequer um apoio (mínimo que fosse) à promoção e divulgação, o que faz sentido porque “já que não nos esfolaste o apoio à produção, também não te ajudamos a divulgar o filme”, encheu a sala do TAGV, viu a projecção premiada com aplausos & lágrimas, desencadeou uma hora de debate e projectou-se pela noite fora como uma super nova.

Claro que agora a produtora terá de saldar a dívida perante a banca ao pesado juro que se sabe, verá o seu filme colectado em 3 vezes o IVA dum produto de consumo  normal e, ironia das ironias, descontar uma percentagem para o “apoio à produção audiovisual” de que não usufruiu!Estranhamente, os elementos presentes desabafaram sem lamechices, pretendem continuar a fazer filmes e, sublime milagre, por uma noite um filme sem o logótipo do ICA, levou sentimentos e ideias ao cinema.

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Crónica Retrospectiva

 

– Crónica de Opinião –

 

Como havia referido, uma das vantagens do Festival Caminhos do Cinema Português é a visão abrangente que este permite sobre o cinema nacional, seja através das críticas e prémios que atribuem aos melhores filmes nacionais feitos nos dias de hoje, seja ao formar os futuros cineastas através dos variados workshops que o CEC organiza, ou seja ainda pelo olhar que permite sobre o passado do cinema português.

 

Com efeito, esta semana têm-se realizado várias sessões de cinema (no TAGV, às 15:00) em que brilham sobre o grande ecrã as origens do cinema contemporâneo português. É o caso de filmes como “Sofia e a Educação Sexual”, a estreia do realizador Eduardo Geada, igualmente responsável por clássicos como “O Funeral do Patrão” e “Passagem por Lisboa”. Também merecem destaque realizadores conceituados como António Pedro Vasconcelos (um dos mais bem sucedidos comercialmente nos dias de hoje, tendo em conta o sucesso de filmes da sua autoria como “Os Imortais” e “A Bela e o Paparazzo”.. o Festival tem a honra de exibir um dos seus primeiros trabalhos, a longa “Perdido por Cem..”) e Fernando Lopes (cujo filme que se exibe, intitulado “O Cerco”, demonstra a clara crueza das adversidades da vida e uma jovem heroína que batalha contra as mesmas, temas que o realizador mais tarde viria a abordar em filmes como “Kiss Me” e “Pandora”).

 

Mas sobretudo o ponto vencedor da lista de filmes que compõem esta celebração das origens do cinema contemporâneo nacional é “Belarmino” (exibição esta sexta-feira, dia 19), longa-metragem documental da autoria de Fernando Lopes, que consiste numa entrevista de um pugilista em fins de carreira. O documentário é de grande importância história, não só quanto ao cinema, na medida em que o transfigurou numa vertente mais artística (a fotografia do filme é fenomenal e das melhores que se fez naquela época), como também na notoriedade do nosso país, na medida em que inspirou vários cineastas de renome internacional a criarem o que acabaram por ser obras aclamadas. Ainda hoje, a força e o poder do documentário se faz sentir, ao ponto que até mesmo a banda Linda Martini usou imagens do filme para um dos videoclips do seu último disco. Assim como o próprio Belarmino, o filme está longe de ser uma relíquia e é uma verdadeira inspiração para que o cinema nacional avance, apesar das adversidades.

 

Eis a grande vantagem deste ciclo de cinema. Embora a grande maioria dos filmes sejam provenientes da década de 70, a verdade é que ainda hoje são apreciados por muitos que deles retiram inspiração, não necessariamente ao nível de história, mas à vertente independente e artística, da qual o cinema português é orgulhoso representante. Longe de serem tralha nostálgica, estes filmes são obras de arte representantes de um espírito criativo de outrora que ainda hoje se faz sentir. Não devem ser esquecidas e merecem atenção e valor e, por isso, um grande aplauso é devido à organização do Festival Caminhos do Cinema Português, por trazer tais filmes a um grande ecrã mais próximo do público de Coimbra.

 

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Crónica Caminhos Juniores

– Crónica de Opinião –

 

O Festival Caminhos do Cinema Português preza-se muito não só pelo olhar que permite ao público de Coimbra sobre o que se faz em termos de cinema no nosso país, mas também pelo vislumbre que permite sobre o respectivo futuro. De entre as várias actividades que o Festival desenvolve, duas destacam-se na salvaguarda do futuro do cinema nacional.

 

Para começar, destaque vai para os Caminhos Juniores, uma espécie de sub-festival, com uma temática mais apontada aos mais novos, que consiste numa série de sessões matinais no TAGV, onde serão exibidos vários filmes, sobretudo curtas de animação, em que o público alvo são crianças dos 3 aos 10 anos. Esta iniciativa, que já se realiza há já vários anos (sempre no âmbito do Festival Caminhos do Cinema Português), permite não só alimentar o gosto pelo cinema dos mais novos, mas serve igualmente para demonstrar os talentos de animação que se encontram no nosso país.

 

De facto, ano após ano, é cada vez mais comum aos cineastas portugueses virarem-se para a animação como género de preferência para exprimir a sua vertente cinemática criativa. Assim, esta secção do festival serve de modo a dar a atenção devida a este género, que vai ganhando atenção de um público não só composto pelos mais novos, mas igualmente por graúdos. Porém, de se notar que o cinema que os Caminhos Juniores pretendem promover não é exclusivamente de animação, contando também com muitas curtas de natureza educacional, que podem assim não só entreter os mais novos, mas também educá-los.

 

Numa outra vertente, é importante salientar os Ensaios Visuais, competição desenvolvida no âmbito do Festival, em que são seleccionados e exibidos uma série de trabalhos na área do audiovisual, da autoria de alunos de várias grupos de formação como o ESEC TV ou o ETIC_. Embora não cumprindo o formato tradicional do cinema e revistam uma natureza mais artística e experimental, estes trabalhos permitem sempre dar um indício do melhor que se pode conseguir dos futuros talentos no campo do audiovisual e, consequentemente, um bom presságio para o futuro do cinema nacional.

 

 

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