Tag documentário

Caminhos-JJ-dia-27-Novembro-72-1080x720.jpg

Segundo dia do Caminhos Cinema Português XXI

Depois de ontem o festival ter iniciado com abertura da Selecção Caminhos, hoje foi a vez de também a Selecção Caminhos Mundiais inaugurar as suas actividades no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. O país convidado da edição XXI do Caminhos é a Áustria e o que se tem produzido nesta sétima arte justifica a sua promoção junto do público do Caminhos.

O dia teve então início com os Caminhos Mundiais exibidos no Museu da Ciência às 15h, com as curtas High Tide, Maschin, Musik, Optical Sound, Das Begrassnis des Harald Kramer, Exterior Extended, Requiem for a Robot, Family Portrait, Metube: August Sings Carmen e Rote Flecken.

Em paralelo com a estreia deste ano da secção mundial continuou no Conservatório de Música de Coimbra a Selecção Caminhos. Às 15h foram exibidos a animação Especialidade da Casa, de Margarida Madeira e o Volume III da trilogia Mil e Uma Noites, de Miguel Gomes.

Já com a noite a cair numa tarde em que o sol de inverno ainda brilhou intensamente, às 17h30 foram exibidas as animações O Campo à Beira-Mar, de André Ruivo, Papel de Natal, de José Miguel Ribeiro, e o documentário AsTroianas, de Tiago Afonso.

Já também em exibição está também a exposição Os Anos d’Ouro do Cinema Português. No átrio do Conservatório de Música de Coimbra e na loja sita na Baixa de Coimbra, na rua Visconde da Luz nº 25 encontram-se vários exemplos de fotografias de produção, cartazes e outros elementos de memorabilia das décadas 30, 40 e 50. Com curadoria de Paulo Borges, a exposição recupera momentos essenciais da memória trazendo para a fisicalidade o que é cada vez mais digital.

A sessão das 21h30 continuou o festival novamente com a Selecção Caminhos no auditório do Conservatório de Música. Que dia é hoje?, do Colectivo Fotograma 24 de Montemor-o-Novo, e o super-herói  do fascismo encerrou a sessão. Capitão Falcão, de João Leitão, trouxe a comédia ao Caminhos Film Festival.

Enquanto no Conservatório se combatiam “comuninjas” e os Capitães de Abril, às 21:45 uma estreia ocorreu no Caminhos. Pela primeira vez os cinemas NOS do Forum Coimbra exibiram uma sessão do festival, com a inauguração a caber à selecção de reposições, a oportunidade alternativa para todos os públicos conseguirem recuperar o que não conseguiam assistir. A Lei da Gravidade, exibido na sessão de abertura do festival, e o Volume III de Mil e Uma Noites foram as obras escolhidas para a repetição em estreia nos cinemas NOS.

Ao final de cada sessão o público é incentivado a atribuir uma classificação às obras que acabou de ver. O filme, ou filmes, com melhor cotação da audiência será galardoado com o Prémio do Público atribuído na cerimónia de encerramento a decorrer no dia 4 de Dezembro no Teatro Académico de Gil Vicente.

Amanhã será precisamente ao Teatro Académico Gil Vicente que aporta a Selecção Caminhos, onde ficará até ao dia de encerramento do festival.

Saber mais

Caminhos-JJ-dia-27-Novembro-140-e1448733284602.jpg

Discurso de Abertura

Caminhamos este percurso cinematográfico português há mais de 20 anos. Apesar disso, não conseguimos passar a ideia de uma estabilidade quanto à sua organização anual em Coimbra.

Não falamos da estrutura interna do festival, que tem mantido vivo e com alento este sonho de divulgar e premiar o cinema português – principalmente pela coerência e empenho da nossa organização e voluntários. Ainda assim, somos anualmente enfrentados com novos ordálios, especialmente criados por aqueles que se dizem interessados na divulgação da cultura nacional.

Pela primeira vez, e contra a tradição de há vários anos a esta parte, o festival vai ter as suas sessões competitivas divididas entre dois espaços: -no Conservatório de Música de Coimbra e no Teatro Académico Gil Vicente. Sem o apoio incrível dos responsáveis do Conservatório, teríamos tido a necessidade de encurtar a duração do nosso festival para poucos dias, como se apenas de um ciclo se tratasse.

Queremos lembrar que o Festival Caminhos do Cinema Português não é apenas mais um evento que mostra e premeia o cinema nacional: é o mais antigo festival com este escopo e faz parte da história do cinema português. Não necessitamos de falsas humildades: somos aquilo que a história registou.

Recebemos este ano perto de mil inscrições de obras para serem apreciadas e selecionadas. Se nos tivéssemos submetido às exigências de pequeno intelectual e pequeno dinamizador, teríamos colocado em causa o mote de mostrar ‘todo o cinema português’ em Coimbra.

Não estamos a realçar apenas um franco lapso de apoio, chamamos antes a atenção para uma tentativa proactiva, felizmente incapaz, em sabotar o trabalho deste festival, que já levou milhares de pessoas a conhecer a iniciativa e Coimbra em geral.
Sentimos que existem lacunas na cultura portuguesa que desejamos colmatar… Queremos mostrar aos portugueses o melhor daquilo que é produzido no seu território, apesar das rasteiras que tentam pregar-nos.

Queremos afirmar, nesta Edição dos Caminhos, que faremos tudo para cumprir o nosso objectivo: o de divulgar a arte cinematográfica portuguesa. Quaisquer tentativas de minar essa intenção por parte das entidades regionais, terá inevitavelmente a consequência de movermos as nossas actividades para locais onde sejamos melhor recebidos. Queremos divulgar o que é nosso, não por razões ideológicas e políticas, mas porque infelizmente poucos o fazem.

Agradecemos, por isso, a todos aqueles que saíram de suas casas e quiseram estar aqui nesta noite, a fazer parte da biografia do cinema português… seja activamente como espectador assíduo, ou como um apreciador breve. Somos palco de celebração desta arte e ponto de encontro de artistas e dinamizadores serios.

Obrigado a todos os que francamente nos ajudam a cumprir este desígnio. Contem connosco nessa tarefa e um excelente festival Caminhos.

Saber mais

botas1.png

Cerimónia de Abertura do XXI Caminhos do Cinema Português

Começou a XXI edição do festival Caminhos do Cinema Português. Pela primeira vez o auditório do Conservatório de Música de Coimbra recebeu uma sessão do Caminhos e a plateia estava bem preenchida.

A noite teve inicio com um jantar de apresentação e convívio entre a organização do festival,membros dos vários júris e convidados que aceitaram o desafio do Caminhos a darem o seu apoio ao cinema português.

A cerimónia de abertura teve início com a projecção da curta-metragem produzida durante a edição anterior do curso de Cinemalogia, Nunca é Tarde, coordenada por Artur Serra Araújo. Foram convidados a subir ao palco alguns dos formandos do curso de Cinemalogia e partilhar o que os motivou a fazer a formação e também o que retiraram da experiência. Logo de seguida teve início a parte formal da cerimónia com o discurso de boas-vindas do director do festival Vítor Ferreira a todos os convidados e espectadores da sessão.

Por fim, entrámos verdadeiramente na secção competitiva principal do festival. A Selecção Caminhos teve início com a curta-metragem Lei da Gravidade, de Tiago Rosa-Rosso, sobre duas personagens de um filme português que questionam a sua própria existência dentro da sétima arte lusa. A sessão foi complementada com o documentário O Dr. Adrián e os 5 senhores, de Francisco Moura Relvas, que aborda o tema da esquizofrenia através de diferentes dimensões factuais presentes nos depoimentos do director clínico do Centro Hospitalar Conde Ferreira e de cinco dos seus pacientes.

Amanhã a Selecção Caminhos está de regresso logo às 15h no Conservatório de Música de Coimbra, onde ficará para mais sessões às 17h30 e às 21h30. Tem também início a Selecção Caminhos Mundiais, este ano dedicada à cinematografia austríaca, a decorrer no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, às 15h.

O Caminhos Film Festival decorre até ao dia 5 de Dezembro em vários espaços de Coimbra. Bem vindos ao cinema português.

Saber mais