Ora nesta edição de aspecto gráfico restaurado (o que sempre sucede a cada mudança da Direcção do Instituto) são referidos 67 filmes de longa-metragem e 238 de curta-metragem, entre filmes concluídos, em vias de conclusão e em projecto, ficções, documentários ou animações, produções nacionais e co-produções.
Os generosos números obtidos resultam da inclusão, pela primeira vez, dos filmes de escola no catálogo, devolvendo a devida expressão à relação entre curtas e longas, no panorama cinematográfico português: com 30 longas-metragens concluídas, das quais 10 são exibidas nos Caminhos, anunciam-se mais de 200 curtas-metragens no catálogo do ICAM, muitas em exibição na secção a concurso ou na secção Ensaios Visuais, dedicada ao cinema de escolas.
Ora a sensação instalada ao fim de uns quantos dias de festival contraria a ideia de que a quantidade, por si só, possa ser geradora de qualidade, raros sendo os momentos de franco fascínio, perante o que tem vindo a desfilar no écran do TAGV, onde, até ao momento, a grande cisão se situa entre a ficção e o documentário, com um saldo francamente positivo para este género.
Falamos dos filmes a concurso, admitindo que o cinema de escolas reserve algumas boas surpresas, mas o certo é que nem só os novos realizadores abraçam a curta-metragem, atente-se nos casos de Rui Simões e Alberto Seixas Santos, dois veteranos presentes nos Caminhos com curtas-metragens, aliás com resultados bem distintos.
A escolha entre os dois formatos, curta ou longa, tem geralmente a ver com a disponibilidade financeira e a maturidade do realizador, havendo lugar a boas e más surpresas em longas ou curtas, mas nesta fornalha geradora de novos cineastas, a escolha é obviamente mais rica e maior o prazer da descoberta.