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Resiliência, Resistência e Irreverência: 25 anos celebrados com a relevante carreira de Isabel Ruth
2019-11-23Isabel Ruth foi a grande homenageada , numa noite que juntou no mesmo palco, tradição, dança e música electrónica em palco; os verdes anos em remix. O Festival começou a edição de bodas de prata com a exibição de cinco filmes.No dia 23 de novembro, no TAGV, o Festival Caminhos do Cinema Português destaca a longa ficção “Tristeza e Alegria na Vida das Girafas”, de Tiago Guedes, acompanha a aventura de uma menina e o seu urso de peluche suicida, chamado Judy Garland, em busca do perdido Discovery Channel. Uma comédia que tem como espaço Lisboa, um território mágico, mas onde a crise espreita em cada esquina.
A sessão das 17h30 da Seleção Caminhos terá a presença da realizadora Sofia Bost, do filme “Dia de Festa”, da actriz Patrícia Guerreiro, do filme “A Raposa”, de Leonor Noivo e do filme “Sofia” estarão presentes a produtora Catarina Matias e o assistente de fotografia João Carvalho.
Estarão presentes na sessão da Seleção Ensaios, nos Cinemas NOS do Alma Shopping, o realizador João Monteiro e a produtora Gisela Carvalho do filme José.
Iniciaram-se ontem pela 25ª vez os Caminhos do Cinema Português, numa cerimónia de abertura que contou com várias surpresas. Aproveitando a presença de representantes do Instituto do Cinema e Audiovisual, da Direcção Regional da Cultura do Centro e da Universidade de Coimbra, nesta sessão inaugural reflectiu-se sobre as pegadas passadas e futuras que os Caminhos têm deixado sobre o campo cinematográfico do nosso país e apelou-se à descentralização e desconcentração artística e cultural, bem como a um movimento do público (na dupla vertente das entidades administrativas e das audiências da sala de cinema) no que diz respeito ao apoio mandatário à sobrevivência da 7ª arte nacional. Celebrou-se igualmente a presença de Isabel Ruth, actriz homenageada com a atribuição do prémio Ethos e com um espectáculo de dança e música que celebrou o icónico filme “Os Verdes Anos”. Prestado assim o devido louvor às glórias do ontem, vislumbrou-se o amanhã, com a exibição de cinco curtas-metragens que serviram de amostra a cada uma das secções distintas que durante a próxima semana estarão em exibição pela cidade de Coimbra. Esta mão cheia de curtas cinematográficas demonstrou a variedade criativa que se explanará pelos grandes ecrãs da cidade dos estudantes, cidade essa que se têm vindo a revelar nos últimos vinte e cinco anos como o palco ideal para a celebração deste fluir de ideias e imagéticas fílmicas.
Embora nos seus bastidores nunca se deixe de marcar passo, o Festival Caminhos do Cinema Português regressa aos trilhos públicos da ribalta, naquela que é a sua vigésima-quinta edição. Atingindo assim um quarto de século de existência, o evento presta-se mais uma vez à sua tarefa anual de apresentar ao público português um cardápio variado da 7ª arte nacional, não só celebrando o seu passado e presente mas também vislumbrando-se o futuro. Nesse intento evolutivo, há espaço para novidades, como é o caso da Secção “Outros Olhares” que, no seu segundo ano, é promovida à categoria de índole competitiva, à semelhança da Selecção Caminhos. Recorde-se pois o intento do Festival em premiar os filmes exibidos no final de cada edição, quer pela apreciação crítica do seu Júri, quer pela opinião apurada dos espectadores, manifesta pelo Prémio Chama Amarela.
O cinema começa por documentar acontecimentos comuns, a simples chegada de um comboio deslumbrava e assustava toda a plateia, sendo o encantamento por esta nova tecnologia suficiente para atrair multidões. Naturalmente, com o decorrer do tempo começam a ser criadas narrativas, que se vão tornando cada vez mais elaboradas, com personagens que assentam maioritariamente numa moralidade que defende a ordem e a homogeneização social. Atualmente o cinema incorpora uma análise mais complexa, contraditória e aberta, da condição humana.
25 Ilustradores olham para o cinema português e celebram em conjunto com o festival Caminhos do Cinema Português, a sua diversidade. Cada ilustrador elaborou uma ilustração sobre um filme nacional que o impactou pessoalmente, criando-se uma coleção que homenageia a heterogeneidade do nosso cinema e sobretudo a relação do público com a arte cinematográfica nacional. Muitos destes filmes estão marcados na história do Festival.
Na sua 25.ª edição os Caminhos do Cinema Português reforçam a oferta e a promoção do Cinema Português. É nesse sentido que o festival afirma que há “cinema português para todos”. Curtas e Longas Metragens na animação, documentário e ficção partilham a tela do Teatro Académico de Gil Vicente, do Mini-Auditório Salgado Zenha e dos Cinemas NOS do Alma Shopping.
Renovando a sua oferta programática, o festival apresenta-se agora com três Secções Competitivas; Caminhos, competição que junta cineastas consagrados e novos valores; Ensaios, cinema académico de origem nacional e internacional; e Outros Olhares, uma nova secção que promove o derrube do cânone e o cinema enquanto arte sensorial e experiência pessoal.
Coimbra é, uma vez mais, palco do Festival Caminhos do Cinema Português. Celebra-se, este ano, um quarto de século, com 9 dias do melhor cinema português para todos, de 22 a 30 de novembro. Integram a Comissão de Honra desta 25ª edição individualidades de diferentes setores da nossa sociedade, com papéis ativos na promoção da cultura, do cinema, de Coimbra e da Academia.
Deste modo, o Festival tem o alto patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República Portuguesa, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, e de Sua Excelência O Presidente da Assembleia da República, Dr. Eduardo Ferro Rodrigues, que reforçam a importância do cinema enquanto representação da diversidade e pluralidade do Humano.
“A única coisa verdadeira é a memória. A memória é uma invenção, no cinema a câmara pode fixar um momento, mas esse momento já passou, no fundo o que ele traça é um fantasma desse momento e já não temos a certeza se esse momento existiu fora da película. Ou a película é uma garantia da existência desse momento?”
É com estas palavras que o decano dos realizadores portugueses de então, Manoel de Oliveira irrompe no filme de 1994 Lisbon Story de Wim Wenders. A questão da memória e a sua relação com o cinema é uma questão essencial para compreender as bases onde o cinema documental acenta. Quando Niépce captou a que hoje consideramos a primeira fotografia da história por volta de 1826 e mais tarde os irmãos Lumière em 1895 ao produzirem pela primeira vez a imagem em movimento teriam eles noção do impacto em que teriam para a humanidade e para a noção desta de memória?