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Extensão do Caminhos à Figueira da Foz

Os Caminhos do Cinema Português apresentam no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz  uma extensão da  XXX edição do Festival. O Auditório João César Monteiro recebe curtas e longas-metragens premiadas na mais recente edição do festival de Coimbra. A programação inclui obras de realizadores consagrados e emergentes, promovendo a diversidade da filmografia portuguesa.

É possível assistir às quatro sessões com a aquisição de um Passe Geral com o valor de 15,00€, sendo o preço dos bilhetes por sessão  de 5,00€.

Filipa Vasconcelos, João Pedro Rodrigues, Mina Andala, Paulo Cunha e Pedro Brito formaram o júri que atribuiu a «Sempre», de Luciana Fina, o Grande Prémio Cidade de Coimbra, a Marta Mateus («Fogo do Vento»), o prémio Prémio Melhor Realização e a «Estamos no Ar», de Diogo Costa Amarante,  o Prémio AXN Movies de Melhor Ficção e os prémios de interpretação principal e secundária a Sandra Faleiro  e Valerie Braddell, respectivamente.

Marta Mateus recebeu  o Prémio Melhor Realização  por um filme  que «encena uma comunidade viva que ressoa o lastro e a violência do passado. Uma cantata agreste onde o sol e a lua atiçam o fogo do vento e que vem confirmar a voz única de uma realizadora». O filme «Fogo do Vento» é exibido no dia 30 novembro, sábado, às 18h00.

A atribuição do Grande Prémio Cidade de Coimbra a «Sempre», de Luciana Fina, que passa no CAE no dia 1 dezembro, domingo, às 21h30, foi justificada pelo júri, por este ser um filme que pinta com as cores e as tintas do presente, o mesmo mural colectivo dos artistas e actores de Abril; «um remake, uma ficção, um documentário, um ensaio, um fresco? Tudo e nada disso. Só um projeto destes, baseado na colossal pesquisa de querer ver tudo – e que já foi uma belíssima instalação projetada numa parede de tijolo na Cinemateca Portuguesa – pode emocionar desta maneira. Nestes 50 anos da revolução, que mais bela, justa e sincera homenagem poderíamos esperar para partir e reconstruir as paredes que nos tapam sempre o caminho? »

O filme «Estamos no ar», de Diogo Costa Amarante,  apresentado a 2 dezembro (segunda-feira,  às 21h30) foi elogiado «pela maturidade do ecossistema dramático, pela enorme e complexa riqueza das personagens que povoam esse mundo ficcional e, sobretudo, pelo convite a pensar a natureza humana na condição mediática contemporânea».

 

CURTAS-METRAGENS

A 30 novembro, sábado, às 15h00, a proposta é possível assistir a um conjunto de curtas-metragens premiadas: «Cherry, Passion Fruit» (Renato José Duque), «Percebes» ( Alexandra Ramires e Laura Gonçalves), «Iris» ( João Monteiro) e «À Tona d’Água» (Alexander David).

Os Caminhos são um festival que se reinventa a cada edição, mantendo-se fiel à sua missão de celebrar e promover o cinema português em todas as suas expressões. Em 2024, com esta extensão à Figueira da Foz, levando o melhor do cinema português a novos territórios e públicos e desse modo promover a diversidade da filmografia portuguesa e os seus autores, consagrados ou emergentes.

PROGRAMAÇÃO

30 NOVEMBRO | SÁBADO, 15h00 

Sessão de Curtas-Metragens

CHERRY, PASSION FRUIT

Realização: Renato José Duque

Duração: 4’50’’

Prémio Melhor Ensaio Nacional de Animação (Seleção Ensaios)

Na natureza há tanto o fogo violento quanto a cachoeira que flui. Dentro de uma misteriosa floresta tropical, o querer toma forma entre o amor e a dor. Você confrontaria o desejo que te assombra?

 

PERCEBES

Realização: Alexandra Ramires e Laura Gonçalves

Duração: 11’30’’

Prémio “União das Freguesias de Coimbra” para Melhor Animação (Seleção Caminhos)

Com o mar e o Algarve urbano como pano de fundo, seguimos um ciclo completo da vida de um molusco especial chamado PERCEBES. Desde a sua formação, até ao prato, neste percurso, cruzamos diferentes contextos que nos permitem compreender melhor esta região e aqueles que nela vivem.

 

IRIS

Realização: João Monteiro

Duração: 15’

Prémio Melhor Som (Seleção Caminhos)

Um homem começa a sofrer de uma estranha doença oftalmológica que ameaça os alicerces da sua vida. Decide recorrer a uma operação cirúrgica mas o insucesso desta arrasta-o para a frustração e o desespero. No momento de maior alienação, quando parece que a estranheza envolveu tudo o que o rodeia, descobre que talvez os alicerces do seu mundo sejam mais profundos do que pensava, que talvez haja beleza e poesia na forma como o mundo se revela aos seus olhos

 

À TONA D’ÁGUA

Realização: Alexander David

Duração: 23’

Prémio Fernando Santos Sucessores – Revelação (Seleção Caminhos)

Uma criança pré-adolescente passa as férias de verão em família num aldeamento turístico. Um lago em construção no campo de golfe torna-se o pano de fundo de um misterioso encontro. E a descoberta de um outro desconhecido torna-se a descoberta do eu desconhecido.

 

30 NOVEMBRO | SÁBADO | 18h00

FOGO DO VENTO

Realização: Marta Mateus

Duração: 72’

Prémio Melhor Realização (Seleção Caminhos)

Um filme que ousa levar à letra o enigmático título de Marguerite Duras, “Dias Inteiros nas Árvores”, mas que nada deve àquela escritora/realizadora. Ancorada na terra e nos corpos do Alentejo, o filme encena uma comunidade viva que ressoa o lastro e a violência do passado. Uma cantata agreste onde o sol e a lua atiçam o fogo do vento e que vem confirmar a voz única de uma realizadora. O Júri Caminhos atribui o Prémio de Realização a Marta Mateus, pelo filme “Fogo Do Vento”.

1 DEZEMBRO | DOMINGO | 21h30

SEMPRE

Realização: Luciana Fina

Duração: 108’

Grande Prémio Cidade de Coimbra (Seleção Caminhos)

Cinquenta anos depois, Luciana Fina revisita as imagens da Revolução dos Cravos em Portugal, reconsiderando a transição do fascismo para a libertação e o processo de construção de um novo país, para a sua emancipação e o seu futuro. É um tributo ao cinema que interferiu na história e que restitui hoje a hipótese de um momento extraordinário. O filme atravessa a asfixia do salazarismo e da PIDE, as ocupações estudantis de 1969, o Movimento das Forças Armadas de 1974, os sonhos, programas e perspectivas do PREC, o “Verão Quente”, a descolonização.

2 DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA | 21h30

ESTAMOS NO AR

Realização: Diogo Costa Amarante

Intérpretes: Carloto Cotta, Sandra Faleiro, Valerie Braddell

Duração: 90’

Prémio “AXN Movies” Melhor Ficção (Seleção Caminhos) | Prémio Melhor Interpretação Principal – Sandra Faleiro | Prémio Melhor Interpretação Secundária – Valerie Braddell

 

Vítor tem mais de trinta anos e ainda vive com a mãe, Fátima, no apartamento que a avó, Júlia, lhes deixou. Fátima é uma cabeleireira introvertida que se habituou a dominar as emoções com uma disciplina rigorosa. Apesar deste gosto pela limpeza, um novo vizinho polícia começa a desarrumar-lhe a casa. Vítor, durante a manhã, bate palmas num programa de televisão, à noite veste a farda do vizinho para satisfazer as fantasias de um rapaz que conheceu online. Júlia já não sabe que drogas há-de tomar para poder dormir. O marido morreu, mas, autoritário como sempre foi, encarnou no corpo da sua melhor amiga para continuar a pedir-lhe satisfações sobre tudo o que faz. Júlia gostaria de fugir do lar, mas não sabe para onde ir. Insónias e falsas ilusões em loop.

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