É importante ter-se em conta o papel do espectador no cinema português nos dias que correm. Infelizmente, é notório, no nosso país, o problema da diminuição de audiências nas salas de cinema, sobretudo quanto aos filmes de produção portuguesa. No fundo, parece haver actualmente uma falta de interesse pelo público português em relação a ir ao cinema ver filmes portugueses.
Na verdade, excepcionando-se alguns casos muito raros, os filmes de origem portuguesa, apesar dos suportes financeiros e publicitários que recebem de várias organizações, caso do ICAM – Instituto do Cinema Audiovisual e Multimédia, ou estações de comunicação social, como a RTP e a SIC, lutam para conseguir conquistar o interesse de um público que, ao longo dos últimos anos, vem cada vez mais a diminuir o seu número, dando preferência a filmes de origem estrangeira, sobretudo filmes americanos, que enchem a maioria dos catálogos das salas existentes em Portugal.
Porque será que tal acontece? Afinal, não só nos devíamos orgulhar do cinema que actualmente é feito no nosso país, como devemos igualmente apoiá-lo e mesmo apreciá-lo, como arte que é. Esse é exactamente o principal objectivo do festival Caminhos do Cinema Português: aqui, a opinião do público importa, podendo mesmo ajudar a transformar o cinema português, encaminhando-o para um futuro mais próspero.
De acordo com este tema, deixo a sugestão final de assistir ao debate sobre “Cinema Português: Público e Futuro?”, que moderado pelo Dr. Fausto Cruchinho contará com a presença de Pedro Efe, Artur Ribeiro e Manuel Mozos, cujo documentário, “Olhar o Cinema Português 1896-2006”, é exibido hoje, e consequentemente, procurar assistir e participar durante a semana deste festival, de modo a poder apreciar e zelar pelo melhor do cinema português actual.