Reconhecido internacionalmente como a imagem de marca do cinema português, Manoel de Oliveira estreou-se em 1931 com DOURO, FAINA FLUVIAL, um documentário ainda da época do mudo, revelando traços do cinema einsteiniano e hoje considerado um clássico.
Mais de três décadas volvidas, o então jovem cineasta Fernando Lopes revela-se ao mundo cinéfilo português com o notável BELARMINO, documentário de 1964 sobre o mais célebre boxeur português, fotografado em exteriores por Augusto Cabrita e em exteriores por Manuel Costa e Silva, director de fotografia e documentarista de vulto, responsável por FESTA TRABALHO E PÃO EM GRIJÓ DA PARADA, de 1973, outro documentário com um lugar seguro na história do cinema português.
Manuel Costa e Silva dirigiu durante anos os Encontros de Cinema Documental da Malaposta, o mais amplo e aberto espaço de divulgação do género documentário no nosso país, por onde passaram obras imperdíveis oriundas de todo o mundo e também o melhor cinema documental feito em Portugal.
O grande problema do cinema documental é a dificuldade acrescida na chegada ao grande écran, isto é, às salas de cinema comercial, quedando-se quase sempre pelo espaço acanhado do pequeno televisor, onde beneficia de diversos canais vocacionados para a divulgação do género.
A fuga a esta exclusão xenófoba, ditada pelos interesses comerciais das distribuidoras, poucas são as excepções como O PESADELO DE DARWIN ou A MARCHA DOS PINGUINS, passa pelos festivais de cinema como é o caso dos Caminhos do Cinema Português, onde se pode descobrir a dificuldade de fazer bons documentários ou receber em pleno peito o deslumbramento de fascinantes documentários de excepção.