(…) O papel dos Caminhos do Cinema Português é de uma enorme importância na divulgação e no reconhecimento da sétima arte que se faz no país. Ou, se quisermos, crucial para um melhor conhecimento d’“A Glória de fazer cinema em Portugal”, título roubado a uma curta metragem premiada em 2015 pelo festival ao qual dedico estas linhas, e que remete para uma carta de José Régio escrita ao amigo Alberto Serpa. Nela, o escritor alude ao empréstimo ou aluguer de uma máquina prodigiosa para que o grupo dos Ultra (fundado, precisamente, em Coimbra) pudesse também experimentar a linguagem cinematográfica, tendo como “condição sine qua non das nossas primeiras experiências” a presença da dita máquina, pelo menos durante um ano, em Coimbra. [as coisas que se sabem graças a’Os Caminhos…]
Os Caminhos do Cinema Português são, afinal, uma celebração que resiste – como outros honrosos exemplos em Portugal – às tempestades magnéticas no panorama cultural do país, e que constituem uma oportunidade para conhecer a composição, tecida de tantos fios, elétricos ou não, do cinema português.