A manhã ficou mais uma vez marcada pela alegria das crianças do ensino Pré-Escolar e de 1º Ciclo das escolas de Coimbra no seu encontro com a 7ª Arte.
A tarde iniciou-se, ainda no TAGV, com a exibição, em Retrospetiva, de “Duma Vez Por Todas”, a primeira longa-metragem de Joaquim Leitão. Envolvido num jogo que para alguns “vai ser mortal”, a obra conta-nos a história de Luís, “um jovem aborrecido com a vida que leva”, que começa a expiar a sua vizinha envolvendo-se num “jogo de regras difusas”.
Às 17h30 o Festival dividiu-se entre o Centro Cultural D. Dinis, com os Ensaios Visuais e o TAGV onde decorre a Secção Competitiva. Nos Ensaios Visuais andámos entre o encontro de Isabel e André, que se cruzaram “por acaso na rua, sorriram e amaram-se logo”, em “Beija-me Depressa” (de José Ricardo Lopes), e o estranho sentimento maternal de “Submersa” (de Alexia Fernandes), passando por “Alguma Coisa tinha de Acontecer” (de Mónica Ferreira), “Alegoria dos Sentidos” (de Nelson de Castro e Wilson Pereira), encerrando a sessão com “Quando os Monstros se vão embora” (de Bernardo Gramaxo). Na Secção Competitiva fomos da animação de “Dodu, O Rapaz de Cartão” (de José Miguel Ribeiro), aos documentários “Árvores no Jardim” (de João Paulo Oliveira), “Badoca Safari Park” (de José Farinha) e “Kolá San Jon É Festa De Kau Berdi” (Rui Simões).
Às 22h00, o Mini-Auditório Salgado Zenha recebeu a obra de Paulo Caldas, “O País do Desejo”, no Cinema Mundial – Brasil. Entretanto, no TAGV, o público esgotou a sessão da Secção Competitiva onde assistiram às obras “O Circo” (do Coletivo de Crianças), “A Viagem” (de Simão Cayatte), a “Praxis” (de Bruno Cabral) e a “Viagem a Portugal” (de Sérgio Tréfaut). Mas depois da sessão os Caminhos do Cinema Português ofereceram ainda a última Master Session dos Festival, onde foi debatida a curta-metragem documental “Praxis”. O debate contou com a presença do realizador, Bruno Cabral para quem “a praxe já naturalizada e a sua adesão massiva”, de Raquel Freire, realizadora do filme “Rasganço”, Ana Costa, da República Rosa do Luxemburgo, Paulo Carmona, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e de João Luís Jesus, Dux Veteranorum da Universidade de Coimbra (UC). Contra a atividade praxista dos dias de hoje esteve Raquel Freire, que falou sobre a atividade praxista no seu ano e da adesão à mesma, afirmando que “tinha contornos violentos, mas que piorou bastante em todos os sentidos, em que os seres humanos são tratados como ‘carneiros’”, considerando que “a praxe é um ato contrário ao espírito universitário, o que fazem é crime” e Ana Costa, para quem a praxe atualmente “é humilhação, invasão à liberdade”, algo que “não é correto e que não integra”. Em defesa da atividade praxista estiveram Paulo Carmona e José Luís Jesus. O Dux Veteranorum considerou a obra de Bruno Cabral “um bom documentário, que demonstra o que não é a praxe”, defendendo que tudo o que viu não era “proibido e sancionado”, afirmando “vi um documentário sobre o que é a praxe global, mas a praxe é camaradagem”. No entanto, o Dux Veteranorum reconhece que “a situação não é perfeita, porque somos 20 mil estudantes na UC e a praxe sofre com isso”, ainda assim reafirmou que o que viu “já não se pratica na UC”.
As Master Sessions são uma das inovações da XVIII Edição do Festival e pretendem ser espaços de discussão e de reflexão sobre temas relevantes da realidade da cidade e da realidade nacional, bebendo do espírito da organização que entende “o Cinema como ponto de partida e não como ponto de chegada!”.