Exibição Exhibition

Casa do Cinema de Coimbra
08 nov., 21:45

Origem Origin

País de Origem Origin Country Portugal
País de Rodagem Filming Country Portugal

Metragem e Género Footage and Genre

Duração Runtime 23’24”

Tipo de Projecto Project Type Documentary, Short
Género Genre
Língua Language Portuguese, Scottish Gaelic

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O Que Não se Vê

Sinopse Original Original Sinopsis

Documentário construído a partir de viagens de pesquisa para um filme nos Açores, entre 2015 e 2016, nas ilhas do Pico e Faial.
Anos mais tarde, ao voltar ao material captado, o realizador encontra um outro filme. Um filme escondido, em que o poder da Natureza e o Acaso revelam uma narrativa sobre a amizade, o cinema e a influência do imprevisto na criação artística.

Sinopse Internacional Sinopsis

Documentary constructed with footage from scouting trips for a film in the Azores, shot between 2015 and 2016 in the islands of Pico and Faial.
Years later, when looking back at the material, the director finds another film. A hidden film in which the power of Nature and Chance reveal a narrative about friendship, cinema and the influence of the unforeseen in artistic creation.

Mensagem do Realizador Director Statement

Em 2015 viajei até à ilha do Faial, juntamente com o director de fotografia Lee Fuzeta e o produtor João da Ponte, (que residia nos Açores há muitos anos), para realizarmos uma repérage à montanha do Pico. O projecto que na altura queria realizar intitulava-se A Grande Montanha. Era um filme que partia dos textos de Raul Brandão sobre o Pico e o enorme fascínio que a sua paisagem lhe provocara, com a sua imponência, constantes mudanças de luz e de cor e as nuvens sempre em movimento ao seu redor.
Esta primeira viagem ao Faial correu muito bem, apesar do imprevisto inicial que impediu João da Ponte de embarcar no pequeno avião inter-ilhas, devido a um ataque de claustrofobia e falta de ar. Embora bastante preocupados, eu e Lee Fuzeta seguimos viagem. Na tarde seguinte, com ajuda de calmantes, o João acabou por conseguir juntar-se a nós, felizmente. A estadia no Faial foi bastante produtiva, conseguimos fazer boas imagens do Pico e estudar alguns futuros pontos de vista para a montanha. Na altura, a nossa ideia era percorrer as ilhas do grupo central e procurar pontos de vista originais sabendo que o Pico é provavelmente um dos locais mais filmados e fotografados dos Açores.
Em 2016 regressámos ao Pico para continuar a nossa pesquisa. Desta vez tudo correu mal. Um intenso nevoeiro impediu-nos de filmar a montanha e desistimos da escalada ao topo devido ao clima adverso. Passámos dias às voltas de carro, procurando a montanha, sempre escondida,inalcançável atrás das nuvens ou coberta por nevoeiro. Desanimados, regressámos a Lisboa, onde recebemos a notícia da morte inesperada do João da Ponte. Foi um enorme choque e uma grande perda. Mais tarde decidi abandonar o projecto, desde sempre ligado ao João.
Em 2019, em conversa com Lee Fuzeta, surgiu a ideia de regressar ao material filmado em repérage. Ao rever as filmagens e as conversas da nossa pequena equipa durante cada take, deparei-me com uma estranha sensação: afinal poderia ali estar um filme. No processo de montagem de um primeiro alinhamento, o filme começou a ganhar forma. Simultaneamente, João da Ponte parecia ” ressuscitar”.
Resolvi então fazer este filme: O QUE NÃO SE VÊ onde, através do som e das imagens, mas também daquilo que não se vê, do que está fora de campo, se vai construindo um documentário sobre a vida, a amizade,o poder da natureza e do cinema. Através dos diálogos em off vai-se revelando a relação entre os participantes e o processo de pesquisa. Sempre me interessei muito pelo papel do acaso na criação artística e científica. Quantos takes extraordinários foram registados por acaso, resultam de uma adversidade ou imprevisto? Quantas vezes ao reagir a um problema que põe em causa a ideia inicial, descobrimos uma solução ainda mais satisfatória e que abre portas noutros sentidos?
O daguerreótipo, por exemplo, foi inventado por acaso quando, depois de várias experiências, Daguerre partiu acidentalmente um termómetro de mercúrio sobre uma placa sensibilizada, descobrindo que podia revelar imagens. O erro e o acaso sempre fizeram parte da criação artística. Marcel Duchamp, Andy Warhol, Jackson Pollock, John Cage, Man Ray, Meliés, a lista de artistas de todas as áreas que incorporam o acaso nas suas obras é infindável. Quase todas as trucagens do cinema foram inventadas por acaso ou por erros na câmara. O stop motion, o jump cut e até o primeiro travelling foram inventados por acaso.
Numa simples repérage, o Acaso ofereceu-me simultaneamente um filme e uma homenagem a um grande amigo. Um homem importante na produção de cinema em Portugal, que trabalhou com Paulo Rocha, Eduardo Guedes, Raul Ruiz, Joaquim Pinto, João César Monteiro, José Álvaro de Morais, entre tantos outros.

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Biografia do Realizador Director Biography

(Lisboa, 1964) Formação em Vídeo (IADE, 1987). Realizou vídeos para espectáculos de dança, teatro e música a partir de 1988. Foi Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian/FLAD na Film/Video Arts (Nova Iorque, 1991). Representou Portugal na Bienal de Jovens Criadores do Mediterrâneo (Valência, 1992). Foi operador de câmara em várias séries documentais culturais para televisão. Colaborou com artistas plásticos portugueses e participou em exposições colectivas. É membro fundador dos daltonic brothers, duo de manipulação de imagem e autor de tiras de banda desenhada satírica, filmes de animação e filmes experimentais,exibidos na internet (2005 a 2009).
Assinou a Direcção de Fotografia em filmes de ficção, documentários e videoclipes (Paulo Rocha, Bruno de Almeida, Patrick Mendes, Rodrigo Areias, André Gil Mata,Luís Alves de Matos, Edgar Feldman, Jorge Quintela). Realizou documentários de longa e curta-metragem e mais de 20 filmes experimentais em formato Super 8 selecionados e distinguidos em festivais nacionais e internacionais (Doclisboa, lndieLisboa, MOTELX, Curtas Vila do Conde, Festival de Edimburgo, Festival de Roterdão, New York lndie DocFest, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival de Málaga, entre outros). Foi nomeado para os Prémios Sophia com “O Facínora – Der Schlingel” em 2013 e “O que não se vê” em 2021, e a sua mais recente longa documental “Alis Ubbo” teve exibição comercial em Lisboa e Porto em 2020. Está em produção a sua primeira longa-metragem de ficção, “UBU”.

Data de conclusão year 2020
Distribuição Distribution Mónica Lemos (Uma Pedra no Sapato) 
Exibições Exhibitions 2021 Prémio dos Cineclubes e Prémio do Público, Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira (PT)
2021 Melhor Curta-Metragem Portuguesa, FIKE – Festival Internacional de Curtas-Metragens de Évora (PT)
2021 Menção Honrosa da Juventude para Curta-Metragem em Língua Portuguesa, CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela (PT)
Selecções em Festivais
Mostra Internazionale del Nuovo Cinema di Pesaro (IT 08.2020), Porto/Post/Doc: Film & Media Festival – Cinema Falado (PT 11.2020), Doclisboa Festival Internacional de Cinema (PT 10-11.2020), Cinalfama Lisbon International Film Festival (PT 01.2021), Festival de Málaga – Sección Oficial de Cortometrages Documentales (ES 03.2021), IberoDocs, Ibero-American Documentary Film Festival Scotland (UK 04-05-2021)
Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira (PT 06-07.2021), Suspaustas Laikas (LT 07-08.2021), Asolo Art Film Festival – Film on Art (IT 08.2021), FIKE – Festival Internacional de Curtas-Metragens de Évora (PT 09.2021), Alexandre Trauner Art/Film Festival (HU 10.2021), CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela – Competição de Curtas-Metragens em Língua Portuguesa (PT 10.2021), Olhar de Cinema – Curitiba International Film Festival – Outros Olhares (BR 10.2021), FAMILY FILM PROJECT – Festival Internacional de Cinema – Competição (PT 10.2021)
vistacurta – Competição Nacional (PT 10.2021), FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte – Mostra Imagens em Criação (BR 11.2021), Entre Olhares – Mostra de Cinema Português (PT 11.2021)

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Realização Director Paulo Abreu
Primeira Obra First Time No
Montagem Paulo Abreu
Projecto Académico Academic Project No
Produção Production Uma Pedra No Sapato
Produtores Producers João da Ponte, Filipa Reis
Com With João da Ponte, Lee Fuzeta, Paulo Abreu, Filipe Porteiro, Emanuel Macedo
Elenco Keycast
Outros Créditos Other Credits
Produtora Associada Associated Producer Patrícia Faria
Fotografia
Director of Photography Lee Fuzeta
Super 8: Paulo Abreu
Mistura de Som
Sound Mix Sérgio GregórioArgumento Screenplay

(* dados sujeitos a confirmação)
Os dados apresentados são obtidos a partir da plataforma Filmfreeway, tendo sido disponibilizados pelos proponentes de cada filme. Se encontrou algum erro por favor reporte-o para filmes@caminhos.info dando conta do link da página e quais as secções a corrigir. Agradecemos a sua colaboração.
The data presented are obtained from the Filmfreeway platform and have been made available by the applicants of each film. If you have found an error please report it to filmes@caminhos.info with the page URL and which sections to correct. Thank you for your cooperation.