Depois de, no ano transato, ter conseguido um assinalável equilíbrio entre a oferta cinematográfica digital e presencial, a XXVII edição do Festival Caminhos do Cinema Português ficará certamente marcada pela dinamização de três recintos de exibição, em locais emblemáticos da Academia e da cidade de Coimbra, concedendo ao cinema uma renovada centralidade.
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Num período em que a Academia e a sociedade em geral ensaiam, finalmente, o paulatino regresso à normalidade, cabe sublinhar a determinação com que a XXVII edição do Festival Caminhos do Cinema Português optou por retomar a fruição integral das apresentações fílmicas presenciais, com a dinamização de três recintos de exibição, demonstrando assim a forma criativa e programática como soube sair reforçada da experiência pandémica.
Orson Wells disse, um dia, que o cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho. Entre dia 06 e 20 de novembro não há limites nem fronteiras, mas no coração de Coimbra, o sonho do cinema é nosso, é vosso, é do mundo.
Em 2021, mesmo depois de um ano difícil para o sector, a organização do festival continuou a desenvolver mais atividades e, em conjunto com o Centro de Estudos Cinematográficos, da Associação Académica de Coimbra, e o Fila K Cineclube, abriu a Casa do Cinema em Coimbra, com o objetivo principal de trazer programação alternativa à cidade, criar mais oportunidades de cultura e devolver à cidade um espaço icónico, as Galerias Avenida.
O presidente da Câmara de Coimbra não pode deixar de acarinhar e apoiar ativa e convictamente o Festival Caminhos do Cinema Português, um projeto nascido em 1988 e que constitui o único festival de cinema totalmente dedicado ao cinema português realizado em Portugal, em Coimbra (…). A Câmara municipal empenhar-se-á sempre para colaborar no fortalecimento contínuo daquele que já é um festival de referência e de enorme qualidade, muito em particular considerando a candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, e desafia a população de Coimbra a não perder esta oportunidade única de assistir aos resultados do extraordinário trabalho criativo e artístico de produtores, realizadores, atores e técnicos cinematográficos portugueses.
Ao longo das suas edições, o Festival Caminhos do Cinema Português tem conseguido juntar criadores, técnicos e espetadores em diversos espaços de interação, apostando na divulgação do cinema português em todas as suas vertentes, desde o cinema de animação, documentário, curtas e longas-metragens até aos projetos finais das escolas de cinema. A magia da sala de cinema, como núcleo central da partilha de vivências entre as diversas comunidades que constituem o público e a aposta numa programação multidisciplinar, contribuem para uma maior aproximação dos públicos ao cinema nacional e à obra de autores que marcaram o panorama cinematográfico português. (…) Por último, deixo uma palavra de apreço na forma corajosa como todos souberam nortear as dificuldades sentidas no ano de 2020, face às regras ditadas pela pandemia que atingiu o país e o mundo, desejando o maior sucesso para esta edição de 2021.
É sempre de saudar projetos e eventos que resultem da iniciativa local, que rompam com o paradigma e floresçam fora dos centros tradicionais de poder e de cultura.E o festival Caminhos do Cinema Português, que vai já na sua XXVII edição, é bem o exemplo disso. Firmemente implantado na cidade de Coimbra e na sua vida cultural e académica, este festival é,desde há longos anos, uma referência no panorama cinematográfico nacional. É um festival que é de Coimbra, mas também de toda a arte cinematográfica produzida em Portugal, nele convergindo e interagindo, vindos de todas as regiões, os criadores e o seu público.
‘Corre Quem Pode, Dança Quem Aguenta’ é em reflexão o que na prática foi conseguido nesta edição do Festival Caminhos. O festival teve uma repercussão positiva e bastante ampla, tendo em conta a robustez dos filmes selecionados e a diversidade de secções que programou num ano de pandemia. Ao CCP os meus parabéns, e que o cinema português seja cada vez mais livre e mostrado sem convencionalismos nem tradicionalismos. Hoje, fazer outro cinema, é pura Intervenção!
Que a XXVI edição dos Caminhos do Cinema Português, sejam, também, um tributo aos homens e mulheres que lutaram e lutam, para que a vida prossiga, nunca mais como dantes, o seu caminho.